“Os consumidores que adotam um estilo de vida mais saudável e sustentável representam já 30% da população. E é um segmento com tendência crescente”, alertou o vice-reitor da Universidade Portucalense, Carlos Brito. O alerta foi dado durante a sua intervenção sobre o marketing verde e a importância das abordagens proativas neste processo, no âmbito da conferência comemorativa do 1º ano do blogue Essência do Ambiente.
O responsável acrescentou ainda que é fundamental assentar a estratégia das marcas “no paradoxo da ação coletiva, na adoção de uma abordagem emotiva e na criação de uma tribo”.
A conferência “Serei Mesmo Verde? Uma Reflexão Empresarial e Social”, dinamizada pela Essência – Comunicação Completa, abordou os desafios ambientais das empresas e da educação e sensibilização para um mundo mais sustentáveis.
Entre outras intervenções-chave no evento, está a do presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal – AIMMP, Vítor Poças, que reforçou a importância das “florestas e da madeira como recursos e ferramentas essenciais para responder aos desafios que as alterações climáticas nos estão a colocar”. Na sua visão “uma grande parte da resposta está na floresta e nos produtos de sua base”.
Já o CEO da ad quadratum arquitectos, José António Lopes, considerou que as Entidades Públicas, enquanto agentes âncora devem “assumir um papel principal no ecossistema territorial, equilibrando urbanidade e ruralidade, enquanto protagonistas na conceção e exploração de novas formas de atuação, produção e comercialização e otimização da cadeia de valor dos produtos e serviços, assegurando assim a sustentabilidade dos recursos”.
Ecodesign e a gestão de água em Portugal
Em destaque esteve, também, o Ecodesign. Salete Peixinho, Interior and Product Design na Associative Design, refletiu que “desde o esboço temos a responsabilidade de pensar qual a repercussão da nossa criação. Temos a obrigação de desenhar para o ser humano, para o Planeta”.
No que diz respeito à gestão da água em Portugal, o Administrador da Plainwater Serviços SGPS e Presidente das Águas de Barcelos, Águas de Paços de Ferreira e Águas do Marco, Luís Vasconcellos, falou sobre a falta de informação que existe perante as concessionárias, alertando ainda para a escassez da água. “Existem dois grandes problemas em Portugal: a estagnação do setor por motivos ideológicos e a desinformação do consumidor. Continua a esconder-se a verdade e a criar-se uma história de “bicho-papão” em torno das concessionárias”.
Na sua visão, a estratégia passa “pela localização dos grandes consumidores de água, porque não podemos permitir processos produtivos de grande consumo onde ela já é escassa, temos de incentivar o consumo de água reciclada, investir no tratamento de águas residuais e definir uma estratégia nacional para as lamas, quer das ETA´s quer das ETAR´s”.
A Essência do Ambiente terminou o evento apresentado três projetos: o Artis naturae, um projeto de inovação social, promovido pelos amigos da montanha, que pretende ser uma escola viva da natureza, sem paredes; o “Green Engineering – for a better tomorrow”, uma iniciativa da AEGIA – Associação de Engenharia e Gestão Industrial de Aveiro com o propósito de salientar a importância das práticas sustentáveis e ecológicas; e as Mascotes da Essência do Ambiente – Híris e Eco – que vão integrar um projeto letivo integrado que pretende sensibilizar os mais novos para a questão ambiental.