O conceito de fast fashion pode estar em declínio. Um estudo recentemente divulgado pela plataforma YouGov mostra que os hábitos de consumo da denominada geração z estão a mudar. Segundo esta entidade, os indivíduos pertencentes a estas faixas etárias estão cada vez mais de ‘costas voltadas’ para a fast fashion.
Em causa estão as crescentes preocupações ambientais desta camada da população, sendo que entre os 2.094 adultos em todo o Reino Unido se descobriu que 25% dos entrevistados da Geração Z escolheram roupas usadas ou alugadas durante a temporada de festas deste ano.
Mais da metade dos jovens de 18 a 24 anos, questionados (58%) também sobre este tema, afirmaram que provavelmente irão fazer compras de forma mais sustentável no futuro, sendo que os jovens são muito mais propensos a comprar roupas ou presentes em segunda mão do que a geração mais velha, com apenas 5% dos maiores de 55 anos a ponderar usar roupas alugadas ou usadas durante o período Natal.
“Este estudo mostra claramente que – seja motivado por uma questão ambiental ou ética – os jovens estão cada vez mais de costas voltadas em relação à fast fashion”, disse o professor Dan Parsons, diretor do Instituto de Energia e Meio Ambiente da Universidade Hull, citado pelo site Retail Gazette.
“Teremos que conviver com as consequências da nossa cultura do descarte durante décadas – senão séculos – e as roupas descartadas criadas pelo surgimento da moda rápida têm desempenhado um papel significativo no que é um tsunami de resíduos microplásticos em todo o mundo”, continuou. “É encorajador ver que os jovens estão agora a movimentar-se na direção de uma nova sociedade ambientalmente consciente – passar a dizer ‘não’ ao fast fashion, é um passo importante na direção certa.”
Estima-se que a indústria da moda use 98 milhões de toneladas de recursos não renováveis e crie 92 milhões de toneladas de resíduos a cada ano.
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