As alterações climáticas poderão levar à extinção dos mexilhões de água doce na Península Ibérica. Um estudo liderado por investigadores do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA – Universidade do Minho) e Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia (CEF-ISA – Universidade de Lisboa) revela que a perda acentuada de condições favoráveis é esperada nas próximas décadas.
Segundo explicado em comunicado, as espécies Margaritifera margaritífera e Unio tumidiformis são as mais preocupantes, sendo expectável a sua extinção global já em 2050 para futuros cenários do “International Panel of Climate Change” (IPCC).
Mesmo espécies amplamente distribuídas na Península, como Potomida littoralis e Unio delphinus, deverão experienciar declínios significativos na sua área de distribuição, com extinções locais em diversas regiões.
O grupo de investigadores chama a atenção para a necessidade de implementar soluções que aumentem a resiliência e resistência às alterações climáticas, estando já a desenvolver projetos esse sentido.
“Acima de tudo, este estudo pretende dar a conhecer a necessidade urgente de investimento na proteção legal e restauro dos habitats dos bivalves de água doce, mas também dos seus peixes hospedeiros”, afirma Janine P. da Silva, estudante de doutoramento no CBMA e CEF-ISA.
O artigo científico foi recentemente publicado na revista científica “Science of the Total Environment” e resulta da colaboração entre investigadores de Portugal e Espanha.