Oceanos

MSC anuncia nova ronda de financiamento para apoiar investigação e conservação marinha

MSC anuncia nova ronda de financiamento para apoiar investigação e conservação marinha iStock

O Marine Stewardship Council (MSC) anunciou 32 novos subsídios através do seu Ocean Stewardship Fund (OSF) para apoiar projetos da Índia, Indonésia, México, Nova Zelândia, Nicarágua e Peru.

De acordo com o comunicado de imprensa, este financiamento inclui bolsas de investigação para estudantes em linha com o objetivo do MSC de “proteger a biodiversidade no oceano, o que ajudará as pescarias sem certificação do MSC a fazerem melhorias ambientais, incluindo a minimização dos danos à vida selvagem e aos ecossistemas”.

O financiamento inclui nove subsídios, no valor de mais de 500 mil euros, para pesca não certificada e que esteja a trabalhar em projetos de melhoria com o objetivo de se tornarem ambientalmente sustentáveis.

Segundo a comunicação, a isto soma-se, aproximadamente, 6 mil euros por bolsa para complementar as despesas dos estudantes investigadores e financiar os seus projetos de pesquisa na pesca. Os beneficiários da bolsa deste ano incluem:

Rocío Nayeli Avendaño Villeda, do Centro Interdisciplinar de Ciências Marinhas, que irá recolher dados para compreender melhor os impactos da pesca da sardinha mexicana nas grandes aves marinhas. A sua investigação ajudará os cientistas a calcular com exatidão a dimensão da população de pelicanos castanhos. O projeto de Villeda é financiado através de uma doação do Carrefour Itália e da marca de produtos Delicius ao OSF, no âmbito da Semana dos Produtos do Mar Sustentáveis do MSC Itália, em 2023.

Lindiwe Makapela, da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul, irá estudar as interações entre a pesca de pescada com palangre da África do Sul e as orcas e os leões-marinhos-do-cabo, propondo técnicas operacionais para minimizar os riscos para estes mamíferos marinhos. Os resultados da investigação irão também melhorar a precisão das avaliações das unidades populacionais e as medidas de gestão serão partilhadas com outras pescarias da região para ajudar a promover as melhores práticas.

Mishel Valery Rañada, da Universidade Vrije em Bruxelas, tem como objetivo melhorar os processos de recolha de dados numa pescaria do Suriname. A falta de informação sobre as interações com espécies em perigo, ameaçadas e protegidas é um dos principais obstáculos à sustentabilidade na pescaria com redes de arrasto pelo fundo de peixes ósseos. A criação de uma base de dados que utiliza smartphones para registar observações ajudará a pescaria e outras na região a compreender e a atenuar o seu impacto.

Desde a sua criação, em 2018, explica a nota de imprensa, o OSF já concedeu mais de 140 subvenções, num total de 6,6 milhões de dólares, aproximadamente 6 milhões de euros, para promover mudanças duradouras.

A comunicação explica que estas subvenções apoiaram “uma vasta gama de projetos que visam melhorar a saúde das unidades populacionais, gerir cuidadosamente os níveis de captura e proteger o ambiente marinho”.

A organização sem fins lucrativos avança que destina ao OSF 5% dos royalties anuais provenientes da venda de produtos com o selo azul do MSC, certificados como cumprindo o seu Padrão de Pesca Sustentável. “Cada vez mais, doações filantrópicas de terceiros e fundos de empresas também estão a contribuir para apoiar o fundo na aceleração do progresso da pesca sustentável a nível mundial”, indica o comunicado.

Para Beth Polidoro, Diretora de Investigação do MSC, afirmou, “o Ocean Stewardship Fund é uma excelente forma de ajudar os cientistas em início de carreira a testar hipóteses e a fazer novas descobertas. O ambiente marinho está a mudar significativamente em todo o mundo e as pescarias terão de continuar a adaptar-se. Para enfrentar estes desafios, é imperativo apoiar iniciativas para melhorar os dados e as soluções de base científica”.

E continua: “os projetos de investigação dos estudantes podem fornecer informações valiosas às pescarias que ainda não estão certificadas para melhorar a forma como pescam, produzindo dados e análises que podem servir de base a ações destinadas a reduzir as capturas acessórias e as interações dos pescadores com espécies e aves vulneráveis”.

 

 

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