Um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) destaca a degradação do estado do solo, terra e água. O diretor-geral da organização, QU Dongyu, escreveu, no prefácio do relatório de síntese, que as pressões nestes ecossistemas “são agora intensas, e muitos estão sob stress até um ponto crítico”.
O responsável, em declarações no lançamento, considerou ainda que “os padrões atuais de produção agroalimentar não estão a revelar-se sustentáveis”. Citado em comunicado, QU Dongyu acrescentou que, “no entanto, os sistemas agroalimentares podem desempenhar um papel importante na redução destas pressões e contribuir positivamente para os objetivos de clima e desenvolvimento”.
O relatório diz que se mantivermos a trajetória atual, produzir mais 50% de alimentos necessários pode significar que as retiradas de água para a agricultura aumentem até 35%. Isso poderia criar catástrofes ambientais, aumentar a concorrência dos recursos e alimentar novos desafios sociais e conflitos.
Outros desafios chaves são:
- A degradação do solo induzido pelo homem afeta 34% dos terrenos agrícolas;
- Mais de 95% dos alimentos são produzidos em terra, mas há pouco espaço para expandir a área de terra produtiva;
- As áreas urbanas ocupam menos de 0,5% da superfície terrestre, mas o rápido crescimento das cidades tem impactado significativamente os recursos terrestres e hídricos;
- O uso de território per capita diminuiu 20% entre 2000 e 2017;
- A escassez de água põe em risco a segurança alimentar global e o desenvolvimento sustentável, ameaçando 3,2 mil milhões de pessoas que vivem em áreas agrícolas;
Para solucionar a situação, a organização considera necessário o escalamento rápido da tecnologia e da inovação. “Temos de reforçar a arquitetura digital necessária para fornecer dados básicos, informação e soluções baseadas na ciência para a agricultura que façam pleno uso das tecnologias digitais e sejam à prova de clima”.
Outra das soluções é uma “governação da terra e da água mais inclusiva e adaptativa, para beneficiar milhões de pequenos agricultores, mulheres, jovens e povos indígenas”. Assim como o uso sustentável dos recursos.