A segunda edição do estudo ‘The Green Revolution’, lançado pela consultora de estratégia e inovação alimentar, Lantern, revelou que mais de metade (56%) dos consumidores portugueses estão dispostos a comprar, ou talvez comprem, carne cultivada em laboratório.
Em comunicado, a consultora considera que “estes são números considerados elevados para um produto que ainda não se encontra disponível e que é tão particular, o que sugere que venha a ser uma verdadeira revolução na indústria”.
Entre os veggies (vegans, vegetarianos e flexitarianos) a percentagem de pessoas dispostas a comprar este tipo de carne sobe até aos 62%, e nos menores de 34 anos atinge os 65%. Além disso, observa-se que 37% de pessoas com mais 65 anos se opõem a comprar este produto de laboratório.
De acordo com o partner da Lantern, David Lacasa, “no final de 2020, Singapura tornou-se o primeiro país do mundo a permitir a venda de carne de laboratório. Apesar de se verificar interesse pela população em comprar este produto, ainda demorará algum tempo até que se encontre nas prateleiras do supermercado, uma vez que depende da autorização dos reguladores regionais. Os retalhistas sabem que existirá uma mudança de dieta significativa, só ainda não sabem como e quando”.
Quanto ao custo mais elevado de produção, a Lantern nota que o primeiro hambúrguer feito com carne de laboratório foi apresentado no final de 2013 e tinha um custo de 300 mil euros. Atualmente, este produto já tem um valor próximo dos nove euros.
A comunidade veggie em Portugal
A população vegetariana cresceu quase 33% em Portugal, face a 2019. 11,9% da população já se apresenta como veggie, conceito que a abrange as dietas vegans, vegetarianas e flexitarianas.
A maioria da comunidade veggie segue a opção flexitariana, isto é, uma dieta alimentar menos restrita, permitindo o consumo de carne e peixe de forma ocasional: 9,3% dos portugueses consideram-se flexitarianos, 27% mais do que em 2019. Isto significa que um total de 800 mil pessoas seguem esta dieta em Portugal.
Razões para adoção da opção flexitariana:
- Cerca de 68% afirma que a saúde é o fator mais importante. O valor era de 73% em 2019;
- A preocupação com o bem-estar dos animais é mencionada por 30%, uma descida de quatro pontos percentuais face a 2019;
- O ambiente representa agora 29% nas motivações dos flexitarianos para mudar a sua dieta. Em 2019 foi de 47%.