O projeto inpactus, iniciativa que promoveu uma nova geração de bioprodutos a partir do eucalipto, chegou ao fim com mais de 200 profissionais envolvidos e esteve na origem de 37 novas patentes. A iniciativa contou com um investimento global de 14,6 milhões de euros.
Segundo explicado em comunicado, o consórcio desenvolveu uma nova geração de bioprodutos, como biocompósitos à base de celulose e bioplásticos, com potencial utilização em indústrias tão diversas como a injeção e moldagem de plásticos, filamentos para impressão 3D e indústria têxtil.
Foram ainda criadas argamassas e cimentos ecológicos com integração de cinzas das caldeiras de biomassa, assim como aplicações da lenhina, um subproduto do processo industrial, para aplicação em espumas de poliuretano, adesivos e compósitos.
No total, o inpactus gerou ainda 66 protótipos e 114 provas de conceito. Destes, pelo menos quatro já se encontram em fase de comercialização – três produtos de papel higiénico-sanitário e outro de papel de embalagem kraftliner produzido a partir de pasta de alto rendimento -, mas também oito potenciais novos produtos e negócios no domínio da bioeconomia de base florestal.
Destaca-se ainda o desenvolvimento de um processo inovador de produção de pastas de alto rendimento, que foi o ponto de partida para a nova gama de papéis para embalagem, a gKraf, lançada pela Navigator. Além disso, deu origem a materiais inovadores já em fase de comercialização ou pré-comercialização para o mercado da higiene e saúde, como os produtos tissue com aditivos – perfumes, suavizantes ou antibacterianos.
O inpactus destaca-se também pelas mais de 140 publicações científicas internacionais publicadas ou submetidas para publicação pela equipa do projeto. Além disso, possibilitou a qualificação de recursos humanos. Ao todo, foram cerca de 24 os doutoramentos, 45 mestrados e duas Cátedras Internacionais Convidadas, uma em Ciência e Tecnologia do Papel, na Universidade de Coimbra, e outra em Biorrefinarias e Bioprodutos, na Universidade de Aveiro.
O inpactus foi desenvolvido entre a The Navigator Company, o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Aveiro. Contou ainda com o envolvimento de instituições parceiras, como a Universidade da Beira Interior, Universidade do Minho, Instituto Superior Técnico, Universidade Nova de Lisboa, Instituto Ibérico de Nanotecnologia, Centros de I&D RISE Bioeconomy (da Suécia) e Fraunhofer (da Alemanha) e a spin-off Satisfibre.