A IBM e o World Wide Fund For Nature – Alemanha (WWF) revelaram que vão trabalhar em conjunto no desenvolvimento de uma solução, baseada em Inteligência Artificial (IA), para apoiar a monitorização de espécies-chave, a começar pelo elefante africano da floresta, que está criticamente ameaçado.
De acordo com o comunicado de imprensa, o objetivo passa por ajudar a apoiar os principais esforços de conservação dos elefantes das florestas africanas, que demonstraram já aumentar o armazenamento de carbono nos seus habitats florestais.
Segundo a nota de imprensa, a combinação da experiência e dos conhecimentos da IBM em sustentabilidade e tecnologia, associados à vasta experiência da WWF na conservação da vida selvagem, dão origem a uma nova solução que será concebida para utilizar a inspeção visual baseada em Inteligência Artificial, IA, para melhorar a monitorização dos elefantes, apoiando a identificação precisa de elefantes individuais a partir de fotografias de armadilhas fotográficas.
A comunicação também avança que, no futuro, esta tecnologia poderá ser também utilizada por organizações para avaliar o valor financeiro das contribuições da natureza para as pessoas (NCP – Nature’s Contributions to People) fornecidas pelos elefantes florestais africanos, tais como os “serviços” de sequestro de carbono, reconhecendo o importante papel que desempenham na manutenção de ecossistemas saudáveis.
Por outro lado, estas as duas organizações pretendem aproveitar a IBM Environmental Intelligence para detetar biomassa acima do solo e níveis de vegetação em áreas específicas onde os elefantes estão presentes, para ajudar a permitir previsões mais precisas das futuras localizações dos elefantes para melhor quantificar os serviços NCP que eles fornecem.
“Isto simplificará o processo de quantificação e simbolização do valor dos serviços de carbono fornecidos pelo elefante da floresta africana, fornecendo às organizações conhecimentos que podem utilizar para impulsionar ainda mais os esforços de sustentabilidade”, lê-se na nota de imprensa.
Por exemplo, um único elefante da floresta africana, a vaguear livremente no seu habitat natural, pode aumentar a capacidade líquida de captura de carbono da floresta em mais de cem hectares. Isto equivale a remover da atmosfera o equivalente a um ano de emissões de 2.047 automóveis, explica o comunicado.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), este valor pode traduzir-se em até 1,75 milhões de dólares (cerca de 1,60 milhões de euros) por elefante, tendo em conta o sequestro de carbono e outros serviços do ecossistema que proporciona.
“A contagem dos elefantes da floresta africana é difícil e dispendiosa. A logística é complexa e os números da população resultantes não são exatos. Ser capaz de identificar elefantes individuais a partir de imagens de armadilhas fotográficas com a ajuda da IA tem o potencial de ser um fator de mudança. Com a IA, poderemos monitorizar animais individuais no espaço e no tempo, o que nos dará estimativas populacionais mais robustas e detalhadas e permitirá pagamentos de conservação baseados no desempenho, como os créditos de vida selvagem”, referiu Thomas Breuer – Coordenador do Elefante da Floresta Africana, da WWF Alemanha.
E concluiu: “os dados espaciais também nos mostrarão para onde estes elefantes escolhem deslocar-se – permitindo-nos assim proteger estes corredores de vida selvagem”.