Reciclagem

Investigadores criam bioplástico reciclável com bactéria E. coli

Investigadores criam bioplástico reciclável com bactéria E. coli

Um grupo de investigadores do Lawrence Berkeley National Laboratory, nos Estados Unidos da América, desenvolveu um bioplástico altamente reciclável através da utilização da bactéria E.coli.

Segundo explicado em comunicado pelo laboratório, a bactéria foi utilizada para converter o açúcar das plantas em material bruto para o bioplástico renovável, resultando no plástico polydiketoenamine (PDK).

“Esta é a primeira vez que bioprodutos foram integrados para fazer um PDK que é predominantemente de base biológica”, explica o líder do projeto Brett Helms. “É a primeira vez que se vê uma vantagem biológica sobre o uso de produtos petroquímicos, tanto em relação às propriedades do material quanto ao custo de produzi-lo em escala.”

bioTal (esquerda); Polímero PDK (direita); Fotografia: Jeremy Demarteau/Berkeley Lab

Os PDK podem ser repetidamente desconstruídos e transformados em novos produtos sem perda de qualidade. Até agora este polímero foi desenvolvido à base de produtos petroquícimos. Agora, no estudo publicado na Nature Sustainability explica-se que é possível manipular a E-coli para transformar o açúcar das plantas numa molécula conhecida como lactona do ácido triacético (bioTAL). Tal permitiu produzir um PDK com cerca de 80% de conteúdo de base biológica.

Os PDKs podem ser usados para uma variedade de produtos, incluindo adesivos, itens flexíveis como cabos de computador ou pulseiras de relógio, materiais de construção, entre outros.

Os Investigadores descobriram que a incorporação do bioTAL no material expandiu a sua faixa de temperatura de trabalho até 60 graus Celsius em comparação com a versão petroquímica. Tal permite que este polímero seja utilizado em equipamentos desportivos e peças automóveis.

Decomposição do PDK quando colocado numa solução ácida Imagem: Peter Christensen/Berkeley Lab

Em 2021, o laboratório já tinha analisado em matéria ambiental e tecnológica o PDK. Na altura, o estudo mostrou que este polímero poderia ser comercialmente competitivo com os plásticos convencionais se produzido em larga escala. Este plástico foi desenvolvido pela primeira vez em 2019, pelo Lawrence Berkeley National Laboratory.

A ambição dos investigadores é agora atingir um polímero plástico reciclável com 100% de conteúdo de base biológica. Outra das ambições passa por aumentar a velocidade a que os micróbios convertem os açúcares em bioTAL.

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever