Os Masters DH 2023 atribuíram os Master Circularidade e Master Transição Energética à Nhood Portugal e à Leroy Merlin, respetivamente. A cerimónia de entrega ocorreu durante o InRetail Congress, iniciativa promovida pela DISTRIBUIÇÃO HOJE e pela Abilways Portugal (proprietária da Revista SUSTENTÁVEL), com o patrocínio da Checkout.
O Master Circularidade foi atribuído à Nhood Portugal, pela aposta no projeto “Circularity All Around Us”, no Alegro Sintra, que promoveu a circularidade através da gestão de resíduos em centros comerciais e a impressão 3D de peças úteis para o centro.
Através de uma parceria com a SAICA – empresa especializada na gestão de resíduos e serviços ambientais – nos centros comerciais Alegros, incluindo o Alegro Sintra, a Nhood afirma ter garantido que mais de 95% dos resíduos produzidos são recuperados.
Para atingir este marco, a Nhood concebeu uma separação correta dos resíduos nas suas diferentes frações na origem, efetuou uma procura ativa dos melhores destinos para cada fluxo de resíduos e teve o envolvimento e a sensibilização de todas as equipas que desenvolveram o projeto Zero Resíduos no Alegro Sintra, e em cada um dos três centros comerciais, sob gestão Nhood.
Por outro lado, e de forma complementar, com as equipas internas do Alegro Sintra deram uma nova vida a garrafas de água de plástico separadas no centro: num processo 100% interno, a equipa transforma estes resíduos em filamentos que alimentam máquinas de impressão 3D, permitindo-lhes criar peças personalizadas que respondem a necessidades específicas – como adaptadores para lâmpadas LED – ao mesmo tempo que reduz custos.
Outros objetos impressos internamente incluem: caixotes de reciclagem (que substituem sacos de plástico), suportes de comunicação (para o cliente final), abrigos para aves (em linha com os estudos de biodiversidade e DNA scans do Alegro).
No discurso de receção do prémio, Maura Teixeira, Head of Marketing & Innovation da empresa, explica que foi “sem dúvida para nós um grande desafio conseguir que toda esta comunidade, este ecossistema de stakeholders, desde os nossos lojistas, os nossos colaboradores, o cliente final, os nossos parceiros, estejam todos a trabalhar para este fim da circularidade”.
“Este projeto, desde todo o tratamento que fazemos aos resíduos, desde a utilização de impressoras 3D para conseguir poupar aqui alguns custos…. Tem sido mesmo um grande prazer conseguir implementar isto com o esforço de todos”, declarou ainda.
Já o Master Transição Energética foi atribuído à Leroy Merlin, pela forte aposta na redução da pegada de carbono em 50% até 2035, tendo desenvolvido projetos de autoconsumo solar, eficiência energética, ferramentas digitais, mobilidade elétrica e certificação, com esse objetivo final.
Atualmente nove lojas têm as centrais de autoconsumo solar em operação e em 2023 instalámos painéis em mais duas lojas, Albufeira e Sintra, perfazendo um total de 11 das 17 lojas em propriedade, ou seja, sensivelmente 64%. Existe um total de 3,52 MWp potência instalada, que já permitiu produzir mais de 10 GWh de energia limpa e evitar mais de cinco mil toneladas de CO2.
A empresa apostou também em várias auditorias energéticas para identificar medidas de melhoria a serem implementadas. Por exemplo, várias lojas foram alvo de projetos de relighting que permitiu tornar a iluminação mais eficiente. Em conjunto foi desenvolvido um manual de boas práticas de eficiência energética, que serve de guia para todas as lojas Leroy Merlin.
Na mobilidade elétrica, foram disponibilizados postos de carregamento em várias lojas (nove atualmente, com intuito de crescer), que permite dar resposta às necessidades de carregamento dos veículos elétricos de clientes ou colaboradores.
João Lavos, Líder de Impacto Positivo da Leroy Merlin, durante a entrega do prémio, explicou que o “trabalho que temos vindo a fazer na transição energética começa por uma exemplaridade com os nossos edifícios, porque nós somos o player líder de mercado na melhoria do habitat em Portugal e, portanto, queríamos, primeiro que tudo, que fôssemos exemplares com a forma como fazemos a transição energética dos nossos edifícios, para depois ajudar os nossos habitantes a fazer a sua”.
“Colaborámos desde sempre com a Helexia no projeto e, bom, é sempre muito bom sermos reconhecidos pelo que estamos a fazer. Para o ano em que cá estaremos com outras iniciativas”, conclui no seu discurso.
No galardão Transição Energética, o painel de jurados foi constituído por quatro personalidades da área:
- Alice Khouri – Advogada em Energia, Regulação e Sustentabilidade e também fundadora da iniciativa cívica Women in ESG Portugal;
- Luís Fialho – Investigador principal na Cátedra Energias Renováveis da Universidade de Évora e líder do Grupo de Sistemas Fotovoltaicos e de Armazenamento de Energia Elétrica;
- Nelson Lage – Presidente do Conselho de Administração da ADENE;
- Teresa Ponce Leão – Professora na FEUP e Presidente do Conselho de Administração do LNEG.
Já no galardão Circularidade constaram no painel de jurados:
- Cristina Sousa Rocha – Investigadora no Laboratório Nacional de Energia e Geologia, Unidade de Economia de Recursos. É coordenadora-adjunta da Unidade e responsável da área de investigação de Economia Circular e Gestão do Ciclo de Vida para a Sustentabilidade;
- Rita Lopes – investigadora no CENSE. Especialista em sistemas socioecológicos, valorização dos serviços dos ecossistemas, economia circular e economias de baixo carbono;
- Teresa Franqueira – Designer e Professora Associada na Universidade de Aveiro. Diretora e Coordenadora Científica Design Factory Aveiro e coordenadora Internacional da DESIS Network – Design for Social Innovation and Sustainability;
- Isabel Martins – Diretora das publicações de referência VIDA RURAL e SUSTENTÁVEL, editadas pela Abilways.