Circularidade

Portugal envia 17 milhões de roupas infantis para aterro todos os anos

Portugal envia 17 milhões de roupas infantis para aterro todos os anos iStock

Um novo relatório da Epson mostrou que Portugal envia para aterro, todos os anos, 17 milhões de peças de roupa infantil, o equivalente a uma pilha 19 vezes superior à altura do Monte Evereste.

Embora mais de metade dos portugueses (56%) procure ativamente roupa mais sustentável para si próprios, quase um em cada três (31%) admitiu desfazer-se das roupas dos filhos da forma mais rápida e prática possível.

As conclusões revelaram que, em média, são deitadas fora 11 peças por criança todos os anos, um número que sobe para 14 no caso de Espanha.

Segundo o estudo, as crianças em Portugal compram, em média, 63 peças de roupa por ano, um total de 99 milhões a nível nacional. Quase metade dos portugueses (41%) afirmou que os filhos têm peças nunca usadas, ainda com etiquetas, guardadas no roupeiro, e 52% admitiu ter deitado fora ou reutilizado roupa que nunca chegou a ser usada.

Em Portugal, uma criança acumula em média 1.008 peças de roupa até aos 16 anos, um volume significativamente superior ao de países vizinhos. Por exemplo, em comparação com Espanha, as crianças portuguesas recebem mais 80 peças ao longo deste período.

Para Maria Eagling, Diretora de Marketing da Epson Europe, “a moda oferece a todas as idades uma via criativa para a autoexpressão, mas todos temos um papel a desempenhar em fazer melhores escolhas no que toca ao que compramos e como nos livramos disso quando terminamos”.

Segundo o relatório, em média, os portugueses gastam 647,80 € por ano no guarda-fato de cada criança. Para 4% das famílias, esse consumo é ainda mais frequente, com a compra de roupa nova a acontecer todas as semanas.

A peça de roupa infantil é usada, em média, apenas 30 vezes antes de ser descartada ou deixada de lado. Esta curta utilização contribui para que 22% das famílias admitam ter deitado roupas das crianças diretamente no lixo por falta de tempo para as doar ou reutilizar.

De acordo com a análise, o desconhecimento sobre o impacto ambiental também é evidente, com 59% dos pais portugueses a admitirem não saberem que grande parte da roupa infantil contém fibras sintéticas capazes de demorar até 450 anos a decompor-se.

Durante o Natal, as crianças recebem cerca de sete peças de roupa de familiares e amigos. No entanto, uma delas, cerca de 14%, concluiu a análise.

A Epson lançou também uma coleção de moda em tamanho de boneca, criada a partir de resíduos têxteis e desenvolvida em parceria com a designer Priya Ahluwalia, diretora criativa e fundadora da Ahluwalia. O objetivo é demonstrar como a inovação sustentável no vestuário pode ajudar a enfrentar a crescente crise dos aterros.

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