armazenar CO2

Armazenar CO2 debaixo do fundo oceânico? É possível

O recurso à captura e armazenamento de carbono como uma das soluções para atingir a neutralidade carbónica é cada vez mais uma tendência e objeto de pesquisa. Agora, investigadores da Universidade Nacional de Singapura revelam que é possível fazê-lo debaixo dos sedimentos do fundo oceânico, através de uma experiência que evidencia a estabilidade da solução.

“É a primeira prova experimental do género que esperamos que impulsione mais atividade neste desenvolvimento tecnológico”, disse o professor Praveen Linga, o principal investigador do estudo, citado em comunicado.

Através de um reator laboratorial especialmente concebido, a equipa demonstrou que o CO2 pode permanecer estável em sedimentos no fundo oceânico por um período de até 30 dias. Futuramente, segundo os investigadores, o mesmo processo pode ser usado para validar a estabilidade do CO2 por períodos muito mais longos.

A baixa temperatura e em condições de alta pressão criadas pelo oceano, o CO2 pode ser preso dentro de moléculas de água, formando uma substância semelhante ao gelo – hidratos de carbono. Estes podem armazenar até 184 metros cúbicos de CO2.

“A presença de grandes volumes de hidratos de metano em locais semelhantes em todo o mundo e a sua existência segura apresenta uma analogia natural para sustentar a crença de que os hidratos de CO2 permanecerão estáveis e seguros se armazenados em sedimentos profundos oceânicos”, considera a equipa.

Os investigadores afirmam que esta tecnologia poderia eventualmente ser desenvolvida num processo à escala comercial, permitindo que países como a Singapura sequestrassem eficientemente mais de dois milhões de toneladas de CO2 anualmente como hidratos para cumprir as metas de redução de emissões.

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