Supply Chain

Crise de camionistas no Reino Unido fez disparar salários em 50%

Reino Unido - camionistas

O mundo da logística está a passar por uma fase complexa. Se por um lado continuam os esforços para tornar mais verde um ecossistema que é responsável por grande percentagem das emissões globais de carbono a nível mundial, por outro, enfrentam-se pontualmente desafios em arranjar mão-de-obra qualificada.

Segundo o explicado num artigo publicado durante a última semana pelo site Dinheiro Vivo, no Reino Unido, tal como em alguns países da Europa,  a situação, contudo, está a agravar-se, com os operadores, face à falta de colaboradores disponíveis, a aumentarem salários e prémios para atrair novos trabalhadores.

Assim, as empresas estão já a pagar prémios superiores a 2000 mil euros para chamar novos profissionais, sendo que este mês, por exemplo, o sindicato Unite esteve em negociações com o grupo Argos, que vende desde mobiliário a eletrodomésticos, saindo da reunião com um aumento de 30%, fazendo o salário disparar de cerca de 2.200 libras (2500 euros) mensais para 2.900 libras (3350 euros).

Para se ter uma ideia, a Carphone Warehouse, a Asda, a cadeia Tesco, a Veolia e a Arla estarão entre os nomes constantes numa lista de empresas que estarão a oferecer prémios aos novos camionistas que chegam às 2.000 libras (2300 euros) e recompensas monetárias aos funcionários que consigam atrair um amigo.

Leandro Louro, trabalhador português, segundo o Dinheiro Vivo, citando a agência Lusa, experimentou um aumento salarial de 50%, tendo passado de 12 libras por hora (14 euros) para 18 libras (21 euros), embora em empresas diferentes, disse à agência Lusa.

“Foram obrigados a pagar melhor para aguentar o pessoal porque muitos europeus foram-se embora durante a pandemia”, explicou. Segundo se adianta, este problema estará relacionado com uma medida tomada ainda em abril, quando os camionistas contratados através de agências, por iniciativa legal, deixaram de poder receber como trabalhadores por conta própria e passaram a ter de ser pagos como funcionários, uma medida da autoridade tributária britânica para tentar combater a evasão fiscal no setor, algo que terá também prejudicado o abastecimento, forçando à falta de alguns produtos (por exemplo, gasolina).

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