Os incêndios florestais que ocorreram na Europa durante este verão geraram as maiores emissões de CO2 em 15 anos. Os dados de satélite da União Europeia (UE) revelam, de acordo com o portal Euractiv, que, entre 1 de junho e 31 de agosto, cerca de 6,4 megatoneladas de CO2 foram emitidas na UE e no Reino Unido resultantes dos incêndios – os maiores valores para estes meses desde 2007.
“A escala e persistência dos incêndios no sudoeste da Europa que levaram às emissões mais elevadas para a Europa em 15 anos foi extremamente preocupante durante todo o verão”, disse o cientista sénior e especialista em incêndios florestais do Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS), Mark Parrington.
“A maioria dos incêndios ocorreu em locais onde as alterações climáticas aumentaram a inflamabilidade da vegetação, como no sudoeste da Europa, e como vimos noutras regiões noutros anos”, explicou ainda.
Um relatório recente sobre as catástrofes climáticas exortou os líderes da UE a alterarem a sua abordagem para combater os incêndios florestais, a fim de reduzir o risco de incêndios intensos que crescem fora de controlo.
O Interconnected Disaster Risks Report apelou aos decisores políticos para que considerem técnicas antigas de gestão de incêndios, tais como queimar pequenas áreas ou promover a pastagem de ovelhas ou cabras, para diminuir a massa combustível florestal.
Para resolver a situação, a UE já propôs várias alterações à sua legislação em gestão de terras, disse um porta-voz da Comissão Europeia ao portal Euractiv. Entre as medidas estão a Lei do Restauro da Natureza, “instrumento fundamental para os esforços de adaptação e mitigação, uma vez que a natureza diminui o impacto de desastres naturais como inundações, secas e ondas de calor”, disse o porta-voz.