Descarbonização

Emissões portuguesas de GEE em 2020 descerem para níveis abaixo de 1990 pela primeira vez

As emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em Portugal totalizaram em 58 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), durante o ano de 2020, com base em dados da Agência Portuguesa do Ambiente. De acordo com a ONG Zero, o valor representa uma redução de aproximadamente 10% (9,5%) face ao ano anterior, uma redução de 32,9% face a 2005 e uma redução de 1,6% face a 1990 (o ano base do Protocolo de Quioto e do Acordo de Paris).

Já considerando a componente florestas, as emissões totalizaram 51 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), o que representa uma redução de 8,9% face ao ano anterior, uma redução de 32,9% face a 2005 e uma diminuição de 15% face a 1990, sendo o valor mais baixo de emissões líquidas de Portugal desde aí.

Emissões por setores:

  • Agricultura – mais 0,8% face a 2019;
  • Transporte – menos 16% face a 2019, mas representa cerca de 25% do total das emissões em 2020;
  • Energia – menos 13,2% face a 2019 e abaixo 5,2% face a 1990;

O setor das florestas resultou no sequestro de quase sete milhões de toneladas de CO2e em 2020. No entanto, em comunicado, a ONG Zero considera que “estamos ainda longe do objetivo de sequestro de carbono entre 11 e 13 milhões de toneladas por ano a atingir num cenário de neutralidade climática”

Reação da Zero

Em comunicado, a ONG Zero afirma que “ a pandemia foi decisiva para Portugal em 2020 estar alinhado com a trajetória relativamente às emissões totais de gases com efeito de estufa para atingir as metas definidas no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030) e que estão em linha com a neutralidade climática a atingir em 2050”.

“É evidente que esta enorme redução dos níveis de emissão foi um reflexo da significativa diminuição de atividade induzida pelas medidas de prevenção e emergência no âmbito da resposta nacional à pandemia da covid-19. No entanto, a tendência de redução desde 2017, incluindo a retirada de produção das centrais térmicas a carvão fortemente poluidoras que começou a ter lugar no ano de 2020 e os investimentos em renováveis podem assegurar uma tendência de redução ao longo dos próximos anos”, considera a ONG.

“As medidas no setor dos transportes e a necessidade de aumentarmos a eficiência dos edifícios vão ser absolutamente decisivas para Portugal”, concluiu.

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