Quase a totalidade (97%) das empresas inquiridas no âmbito do projeto “Economia Mais Circular” (E+C) reconheceu a importância da adoção de modelos de negócio mais circulares. Os resultados do estudo dinamizado pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com a EY-Parthenon, pretendem apresentar uma avaliação geral da realidade do tecido empresarial nacional em matéria de economia circular.
Apesar deste dado, apenas 19% integraram a economia circular nas suas decisões. “Infelizmente, notamos que existem ainda dificuldades de implementação prática nos negócios dos vários setores, não só pela débil perceção de processos e ações comuns, como também pelo enquadramento legislativo e regulamentar que subsiste nesta área”, sublinha a assessora sénior da CIP para a área de Ambiente & Clima, Sílvia Machado.
A confirmar esta avaliação, o inquérito revela que 86% das empresas refletem já o tema da Circularidade, em alguma medida, na sua atividade, mas apenas 12% afirmam que este é um elemento central na sua estratégia.
No que se refere à aposta em recursos humanos especializados, cerca de três quartos dos inquiridos (74%) entende que tem colaboradores com competências para adotar o conceito de circularidade. Esta realidade é mais visível no grupo setorial dos “Minérios metálicos e não metálicos”, no grupo dos “Produtos alimentares” e no grupo da “Gestão de resíduos”. No entanto, é ainda possível verificar uma percentagem baixa (30%) de respondentes abertos à contratação de especialistas em economia circular.
O inquérito mostra, ainda, que a interação com stakeholders em matéria de economia circular se encontra em fase de desenvolvimento, mas é implementada em modelos muito “ad hoc”, portanto sem recurso a métodos mais avançados e elaborados.
O inquérito E+C contou com a resposta de um total de 202 empresas, destacando-se a participação dos setores da “Moda” (20%), da “Metalurgia e Metalomecânica (13%)” e do “Comércio (12%)”. Refletindo as características do tecido empresarial português, os respondentes foram, maioritariamente, pequenas e médias empresas (77%).
Pode consultar o estudo, aqui.