Um estudo recentemente divulgado e trabalhado pelo site MHD Supply Chain expõe algumas das principais razões para estarmos há meses a falar na disrupção das cadeias de abastecimento.
Se a Covid-19 é apontada como o principal fator ‘disruptivo’, há outras causas identificadas e que levaram à perda (provisória) de ganhos para as empresas, quer produtores, quer operadores logísticos.
Segundo o relatório 2021 FM Global Resilience Index, desenvolvido para ajudar organizações a otimizar as suas cadeias de abastecimento em momentos bons e maus, a Covid-19 encabeça o conjunto de fatores que provocaram a situação que hoje vivemos.
COVID-19 – A pandemia interrompeu a procura (já que os consumidores estiveram várias vezes confinados) e o fornecimento de produtos (as fábricas suspenderam a produção), criando um efeito chicote de incompatibilidade entre oferta e procura.
Risco cibernético – Um ataque cibernético em maio a um oleoduto interrompeu o fornecimento de combustível dos EUA por pelo menos uma semana, mas revelou o ponto fraco das cadeias de abastecimento modernas – ou seja, uma integração estreita com sistemas digitais que se intensificará com a chegada de redes celulares de banda larga 5G.
Encomendas portuárias – A Goldman Sachs estimou que 24 mil milhões de dólares em mercadorias têm permanecido fora dos portos da Califórnia, já que as mercadorias transportadas pelo oceano se acumularam mais rápido do que os trabalhadores podem transportá-las.
Falta de motoristas – Muitos países do mundo não têm camionistas suficientes para mover os bens que são descarregados nos portos e noutros lugares. Na última avaliação, apenas 20% dos empregos de motorista de transporte rodoviário na Eurásia foram preenchidos, de acordo com a União Internacional de Transporte Rodoviário, e cerca de 80.000 empregos de motorista de caminhão não foram preenchidos nos Estados Unidos, de acordo com a American Trucking Associations.
Inundações – Dilúvios na China e na Europa destruíram comunidades, cortaram ligações ferroviárias e interromperam a produção fabril.
Escassez de chips – A pandemia fechou fábricas e desencadeou um aumento na procura de tecnologia, tensão que foi exacerbada pelo clima severo, atrasos no transporte e stock. A escassez afetou o fabrico de automóveis, jogos, smartphones e dispositivos médicos, entre muitos outros setores, e deve estender-se até 2023 ou além.