A Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E) conduziu uma investigação, através da utilização de imagens infravermelhas, que mostrou metano por queimar a ser libertado para a atmosfera a partir de navios movidos a gás natural liquefeito (GNL).
A ONG Zero, integrante da (T&E), considera que “os políticos europeus estão ‘a brincar com o fogo’ ao apoiarem o GNL, já que, num período temporal de 20 anos, o metano tem um potencial de aquecimento 80 vezes superior ao do dióxido de carbono (CO2)”.
“Por mais que estes navios sejam ‘pintados de verdes’, a verdade é que, para lá da superfície, a maioria dos navios movidos a GNL atualmente no mercado são piores para o clima do que os navios movidos a combustíveis fósseis que pretendem substituir”, consideram ambas as entidades.
A investigação foi conduzida pela T&E no porto de Roterdão, o maior da Europa, num dia de novembro, utilizando uma câmara de infravermelhos, com um filtro especial que permite detetar gases fósseis. Segundo a T&E, foi feita uma avaliação das imagens, revista pelos pares, realizada pela TCHD Consulting (especializada em consultoria de imagens óticas de gás).
A ZERO considera que esta investigação é apenas uma pequena amostra, mas deveria funcionar como um claro aviso para os políticos: “o incentivo ao uso do GNL é uma aposta errónea numa altura em que a nossa atenção coletiva deveria estar centrada em soluções genuinamente limpas baseadas em hidrogénio”.