Supply Chain 4.0

O que está a mudar nos recursos humanos do setor da logística?

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Dotar os profissionais de setores do retalho e da logística com competências que respondam às atuais necessidades é um dos grandes objetivos dos novos cursos que vão surgindo. Mas não é só a formação que alavanca a realidade dos recursos humanos. A aposta na digitalização e nas novas tecnologias tem vindo a acelerar a transformação que se tornou ainda mais necessária com a pandemia de Covid-19.

A área dos recursos humanos (RH) tem sofrido profundas alterações ao longo dos anos. A pandemia de Covid-19 veio também acelerar algumas mudanças, muitas delas programadas há anos, mas só colocadas em prática devido a esta crise mundial que obrigou a agilizar processos. No caso da DHL, esta fase foi um “enorme desafio”, nas palavras de Rui Gomes, country manager da DHL Supply Chain Portugal, que defende a adoção de uma gestão muito focada nas pessoas como um dos principais pilares estratégicos. “Consideramo-nos uma organização absolutamente focada na gestão dos nossos RH. Nesse sentido, sempre imprimimos na nossa gestão um estilo de muito envolvimento, proximidade e preocupação com as nossas pessoas.” A proximidade, enquanto pilar relevante para a organização, não foi descurada mesmo em tempos de confinamento obrigatório devido à Covid-19. Sempre que não foi possível avançar com programas presenciais, a empresa recorreu à tecnologia para manter vivos os programas de “engagement e formação”.

Na Santos e Vale, a pandemia incentivou a vontade de voltar a juntar fisicamente a equipa, o que acontecerá, se tudo correr como previsto, ainda no primeiro semestre de 2022 com a celebração dos 40 anos da empresa. “A estratégia de RH vai continuar a assentar na valorização do nosso capital humano e, nesse sentido, estamos, entre outras ações, a desenhar programas de desenvolvimento com vista a consolidar as competências de liderança na organização”, explica Deolinda Chiesa, responsável de Recursos Humanos.

O Centro de Formação Logística inaugurado pela DHL há cerca de três meses é um espaço estruturado, destinado a formar os novos colaboradores da DHL, ajudando a que a sua curva de aprendizagem seja otimizada. Combina formação teórica e prática em três secções: Academia, Formação em Gestão e Sala Virtual. “A secção da Academia tem uma base eminentemente teórica para mostrar aos alunos a cultura e história da empresa, bem como as funções técnicas do trabalho de armazém, com especial ênfase no módulo que visa a prevenção dos riscos profissionais. Por seu lado, a secção de Formação em Gestão foi concebida como um laboratório prático no qual os processos operacionais do armazém são replicados com o mesmo sistema de frequência de rádio, software de gestão de armazéns e automatismos utilizados no armazém real”, explica Rui Gomes.

A Sala Virtual proporciona um ambiente de formação que, “apoiado por tecnologias como óculos 3D e simuladores virtuais semelhantes aos utilizados nos voos de formação de pilotos, proporciona aos alunos uma grande mais-valia na aprendizagem dos principais processos operacionais no armazém, assim como no desenvolvimento de conhecimentos e agilidade suficientes para manusear empilhadores, que são fundamentais para a carga e descarga segura de paletes”. Este centro servirá ainda como espaço privilegiado para a realização de ações formativas complementares para toda a equipa da DHL Supply Chain Portugal. Estão a ser dados os primeiros passos neste projeto que ainda está numa fase de crescimento e, no qual, a empresa continuará a apostar “com um uma ambição muito grande”.

O ano de 2021 tem correspondido a uma aposta em inovação na Santos e Vale. “Temos como visão ser um empregador de referência e preferencial e, nesse sentido, a nossa estratégia de RH passa por promover um clima e uma cultura organizacionais que favoreçam o processo de integração e potenciem o desenvolvimento pessoal e profissional dos nossos colaboradores”, explica Deolinda Chiesa. Além do investimento na digitalização através da implementação de uma solução de gestão de RH totalmente integrada, o objetivo da empresa passa por “tornar os processos mais ágeis, centralizar a informação e potenciar os resultados, bem como a motivação das equipas”. Este investimento vai traduzir-se também no lançamento, ainda este mês, de um portal de RH, para que os colaboradores possam aceder a toda a sua informação, fazer a gestão do seu processo e comunicar de forma mais célere e eficiente com a área de RH. “Continuamos determinados em desenvolver a Academia de Formação, produzindo cada vez mais cursos e melhores conteúdos com vista ao enriquecimento do nosso capital humano”, salienta a responsável. Por último, mas não menos relevante, a aposta na melhoria das condições de trabalho dos colaboradores, com a renovação e abertura de novas plataformas, a renovação de frota e o investimento contínuo na promoção de um ambiente de trabalho seguro são metas a alcançar.

O crescimento dos RH tem suportado o desenvolvimento do negócio e a expansão do grupo em Portugal e, em 2021, essa tendência não foi exceção. “A nossa maior ambição é que a estratégia de RH continue a possibilitar atrair, reter e desenvolver perfis críticos e talentos de  forma a enfrentar os novos desafios da Santos e Vale, reconhecida pelo seu know-how, pela relação de confiança e consolidação de uma cultura única alinhada com valores como a honestidade, a cooperação e a solidariedade.”

Formação especializada em logística

A aposta na formação é crítica em qualquer organização e representa uma mais-valia para empresas e trabalhadores. Por outro lado, assiste-se a parcerias entre empresas do retalho e de logística com algumas universidades. É o caso do mestrado em Logística e Gestão da Cadeia de Abastecimento, promovido pela Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal (ESCE/IPS) e a Sonae MC. “Este mestrado surge através da oportunidade de criação de mestrados de 60 ECTS, prevista na lei 65/2018, que antecipa a criação de mestrados de duração de um ano letivo, com uma forte orientação profissionalizante. Esta oferta formativa foi criada com a consulta e envolvimento das entidades empregadoras, visando o envolvimento dos empregadores, com a realização de projetos originais orientados para os objetivos do ciclo de estudos”, explica o docente Tiago Pinho, coordenador deste mestrado.

Durante a pandemia, as formações têm evoluído para um modelo híbrido de aprendizagem, com uma componente presencial e online. Esta, em particular – orientada para profissionais com mais de cinco anos de experiência profissional comprovada – conta com a parceria com a Sonae MC e está orientada para o desenvolvimento e aprofundamento de componentes técnicas e para a promoção da aprendizagem ao longo da vida. “Esta parceria foi extremamente produtiva, visto que o plano de estudos e a definição dos conteúdos foram realizados numa equipa multidisciplinar criada entre os elementos do IPS e da Sonae MC, o que permitiu preparar um plano ajustado à realidade das organizações e extremamente atual”, sublinha o professor. Em termos de funcionamento das aulas, o mestrado conta com a participação ativa de diversos colaboradores da Sonae MC, quer em aulas abertas, quer no desenvolvimento de case studies.

Do lado da Sonae MC, esta parceria representa uma importante aproximação do mundo académico ao mundo empresarial constituindo, na opinião de Vera Rodrigues, head of people na retalhista, “um exemplo claro da prioridade estratégica que a Sonae MC atribui à formação e ao desenvolvimento de novas competências, sempre com o objetivo de fortalecer as suas pessoas e os seus negócios. O curso foi concebido em parceria com o IPS e distingue-se pelo caráter profissionalizante e a metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos”. Esta parceria, além de assentar num protocolo assinado com o Conselho Coordenador dos Instituto Superiores Politécnicos (CCISP), resulta também de um histórico de sólida cooperação entre a Sonae MC e o IPS e só foi possível, avança a responsável, “em função da enorme dedicação e empenho de uma equipa de trabalho conjunta que fez nascer este projeto pioneiro em Portugal”.

A primeira edição terminará no final deste ano e as inscrições para a segunda edição ainda se encontram a decorrer. “O mestrado revela-se uma mais-valia para os alunos na medida em que é uma oportunidade para reforçar a sua componente técnica e académica”, defende Tiago Pinho.

Contrariamente aos mestrados tradicionais, a componente de estágio/projeto realiza-se em paralelo com as unidades curriculares, sendo a única atividade do estudante no último trimestre. “Este formato de mestrado proporciona uma efetiva especialização na área da logística e supply chain e procura aliar de forma muito clara e focada o aprofundamento dos conceitos teóricos e práticos lecionados, àquele que é o contexto real de desenvolvimento de uma função na área em causa”, explica Vera Rodrigues que além do cargo na Sonae MC, também é docente da Pós-Graduação de Gestão de Pessoas na Porto Business School.

José António Rousseau, doutorado, consultor, docente universitário é co-coordenador uma nova pós-graduação em Retail&Supply Management na Universidade Europeia e explica que este curso foi concebido “para responder à mais recente evolução verificada no retalho e na logística, muito por força da pandemia e das mudanças a que esta obrigou os retalhistas em geral e os prestadores de serviços logísticos em particular. A evolução rápida e profunda da atividade comercial nas últimas décadas, fruto da mudança económica, social e tecnológica, transpôs a imagem ‘passiva’ do comércio para uma imagem ‘ativa’, tornando-o num dos setores mais dinâmicos e competitivos do mercado global”.

Por outro lado, a evolução das cadeias de distribuição, resultantes da evolução tecnológica ocorrida nos últimos anos, tem evidenciado a atual importância da logística, sobretudo, aliado ao crescimento do e-commerce e às consequências da Covid-19. “O curso pretende contribuir para a formação avançada dos recursos humanos das empresas e para o desenvolvimento do setor através de uma visão holística e de uma análise sistémica das cadeias de abastecimento”, adianta. O objetivo passa por formar desde recém-licenciados a gestores séniores de empresas retalhistas, de produção ou dos serviços. Em suma, como explica José António Rousseau, “gestores que dominem em profundidade os conceitos, os princípios e as técnicas fundamentais da moderna distribuição, assim como levá-los ao domínio de instrumentos de análise e de decisão”.

Aproximar o retalho da academia

A Sonae MC tem vários projetos em carteira e apoiou uma outra formação no ano de 2020 em parceria com o Instituto Politécnico do Porto: “O curso de Técnico Superior Profissional de Gestão Comercial no Ponto de Venda, com o objetivo de reconhecer, desenvolver e certificar as competências dos profissionais da área comercial e gestão do ponto de venda na empresa”, refere a head of people. “Este ano, a empresa vai apostar novamente nesta área com um grupo de 20 alunos num novo Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) de Gestão Retalhista, prosseguindo a nossa visão e a nossa missão de promover o up skilling dos nossos colaboradores, sendo que, neste caso específico concretizaremos esse objetivo através de uma parceria com o IPS”, acrescenta.

Também o Grupo Jerónimo Martins tem investido, ao longo dos anos, numa relação de grande proximidade com o meio académico. “Acreditamos que é um fator distintivo na formação dos futuros profissionais e na aquisição de competências relevantes para a sua integração no mercado de trabalho. Neste sentido, muitas têm sido as parcerias que temos firmado com o objetivo de aproximar ambas as realidades e, simultaneamente, premiar o esforço e desempenho dos estudantes que mais se destacam”, explica Ana Ribeiro Soares, head of employer branding da retalhista. Um dos exemplos concretos é a licenciatura em Gestão Industrial e Logística no ISCTE, como resultado de uma parceria que já existe desde o ano letivo de 2016/2017. “No âmbito da mesma, já promovemos inúmeros estágios para os seus alunos. Os alunos de Gestão Industrial e Logística são ainda um perfil bastante valorizado para os nossos programas de talento, nomeadamente Management Trainee e Summer Internship Programmes”, adianta.

O apoio da Jerónimo Martins, na prática, consiste na presença assídua em atividades curriculares, nomeadamente seminários, e elaboração de estudos de caso, sempre em relação estreita com a direção de licenciatura. “Para além de toda esta presença, a título de prémio, pagamos as propinas ao melhor aluno do 3º ano da licenciatura em Gestão Industrial e Logística”, sublinha Ana Ribeiro Soares. E não se trata de procurar competências em falta nestes alunos, mas, sim, competências que a empresa valoriza e que são transversais a diferentes áreas de atividade. “Independentemente da área, procuramos perfis com capacidade analítica, visão estratégica, agilidade, capacidade para resolução de problemas, para trabalhar em equipa e adaptabilidade a novos contextos”, conclui.

Para Vera Rodrigues, os perfis da área de logística devem aliar duas áreas fundamentais: a componente analítica – essencial para um bom planeamento e desenvolvimento de operações – e a tomada de decisões cada vez mais “data driven” – fundamental para melhorar e robustecer o desempenho de alguém que pretenda trabalhar e desenvolver carreira nesta área. “Por outro lado, é fundamental reunir um conjunto de soft skills, cruciais para a liderança de equipas e desenvolvimento de pessoas, bem como, para a gestão diária da operação”, defende. E sublinha que “a vontade e o entusiasmo por querer ‘calçar as botas’ dos outros, acompanhar de perto e motivar permanentemente as equipas no terreno são aspetos cruciais para o bom desempenho das funções na área da logística”. Esta dupla componente, aliando um perfil analítico com um perfil operacional é extremamente difícil de encontrar, garante.

Existe ainda um conjunto de competências que a head of people da Sonae MC considera cruciais neste setor, como a curiosidade intelectual, a vontade de aprender e de fazer diferente. “São ingredientes estratégicos como estes que impulsionam a logística para patamares que dão resposta às necessidades de um mundo em transformação acelerada e cada vez mais digital.”

José António Rousseau considera e lamenta que a formação oferecida na área da logística “continua a ser escassa”, daí a decisão da Universidade Europeia avançar com este novo programa de pós-graduação cujo propósito é acrescentar competências aos profissionais do setor, porque o curso oferece contacto e experiência com ferramentas sofisticadas de análise, decisão e atuação. “Além disso, gera compreensão e modelação dos novos contextos competitivos da Distribuição e Logística; permite a Identificação, análise e discussão dos principais fatores críticos da gestão das Cadeias de Abastecimento; faz a partilha de experiências com novas metodologias assentes na análise de casos de estudo e prepara os alunos para uma prática de análise e decisão em contextos de crise”, defende.

Que mudanças estão a chegar?

A formação na área da logística tem vindo a crescer de forma significativa, garante o docente Tiago Pinho. “O IPS foi a primeira instituição de ensino superior a apresentar uma licenciatura na área da distribuição e logística, há mais de 20 anos, que atualmente está a funcionar em regime diurno e pós-laboral. O curso técnico-profissional em logística, está a funcionar em Setúbal, Sines e, este ano, vai abrir em Loures. O mestrado em Logística e Gestão da Cadeia de Abastecimento vai iniciar a 2ª edição em outubro de 2021”.

Para José António Rousseau, em geral, está a mudar “a perceção sobre a verdadeira importância da logística no contexto da economia e da atividade operacional das empresas. No particular estão a mudar os conteúdos que hoje se revestem de uma componente muito mais tecnológica, digital e robótica e a abordagem muito mais focada em toda a extensão da cadeia de abastecimento”

As formações nesta área estão a focar-se bastante na componente de IT, em especial na área de data analytics. “A componente de gestão de pessoas também tem uma grande importância, além de naturalmente, todas as competências técnicas de supply chain necessárias”, explica Tiago Pinho. Aproximar as empresas da academia é uma mais-valia do apoio a cursos superiores “contribuindo com insights e partilha de casos práticos, de forma a enriquecer os programas curriculares”, na opinião de Ana Ribeiro Soares. A logística em particular é uma componente importante da nossa cadeia de valor, pelo que, tal como qualquer outra área, merece total atenção”, acrescenta.

O lançamento e desenvolvimento permanente da Academia de Formação na Santos e Vale, “que é muito mais do que a plataforma digital”, é o reflexo do compromisso “em dar resposta a este recurso estratégico que permite preparar as organizações para responder de uma forma mais eficaz às constantes mudanças e exigências do mercado”, explica Deolinda Chiesa. A formação nesta empresa surge assim, na opinião da responsável de RH, como um “eixo diferenciador na criação de valor para os colaboradores, clientes e parceiros de negócio”.

A DHL pretende continuar a apostar no futuro na gestão de pessoas como um eixo estratégico e, ainda, continuar a desenvolver a agenda que vai resultando do processo de comunicação forte e bidirecional que a empresa mantém entre todos. “Procuramos ir ao encontro das necessidades atuais e futuras do nosso negócio, promovendo processos de aprendizagem contínuos”, refere Rui Gomes. Para tal, a empresa socorre-se de diferentes ferramentas, disponíveis para todas as funções da organização, como por exemplo, a plataforma de e-learning que pode ser utilizada no âmbito da realização de cursos necessários à função ou associados ao desenvolvimento individual que cada um pretenda prosseguir. “Temos de preparar as nossas pessoas com mais competências e capacidades para não só executarem de modo diferente, mas essencialmente pensarem e agirem de modo diferente”, salienta o country manager. No final, é crucial que tenham “claro o propósito do seu trabalho e o impacto do mesmo nos outros”.

A formação contínua surge ainda como uma aposta corrente pois, para Rui Gomes, é fundamental “o desenvolvimento e a aplicação prática das competências de liderança no dia-a-dia das equipas”.

A logística, tal como todo o mercado e o próprio consumidor, está a atravessar um processo transformacional. Como qualquer processo de transformação precisamos de gestão da mudança. Não se trata apenas de executar diferente, mas sim de pensar e decidir diferente. “Neste sentido, a formação académica e profissional é transversal a todos os níveis da organização, desde a gestão de topo até aos nossos operadores de armazém. Todos precisamos de abraçar esta nova realidade. A formação e o coaching são instrumentos de gestão altamente estratégica para a DHL Supply Chain” explica o country manager.

É necessário acautelar um conjunto de competências como a curiosidade intelectual, a vontade de aprender e de fazer diferente. São ingredientes estratégicos como estes que impulsionam a logística para patamares que dão resposta às necessidades de um mundo em transformação acelerada e cada vez mais digital. José António Rousseau tem boas expetativas relativamente ao programa da pós-graduação que está a coordenar na Universidade Europeia. Com conteúdos realizados a partir de casos concretos e reais e o recurso a ferramentas de análise e de decisão em contextos de transformação digital, este curso assenta “na experiência do corpo docente misto que combina a experiência profissional com competências pedagógicas e académicas, além de dar aos alunos a continuidade dos estudos para a obtenção de grau de mestre com base em processo de creditação. Por outro lado, este programa diferencia-se da concorrência pela sua amplitude, aplicabilidade e relação pedagógica assente nas necessidades do aluno através de sessões simultâneas presenciais e online”, defende.

A transformação dos RH através das novas tecnologias

A Santos e Vale conta com plataformas e colaboradores em todo o país, o que suscita o recurso a soluções tecnicamente avançadas e tecnologias direcionadas para o futuro e ajuda a promover um ambiente de trabalho marcado pela cooperação e a conetividade entre as equipas. “Através do nosso software de videoconferência reunimos semanalmente as equipas de gestão, que assim podem analisar em conjunto os resultados operacionais e partilhar aprendizagens”, explica Deolinda Chiesa. A empresa disponibiliza ainda a todos os colaboradores “um programa de formação mais flexível, mais autónomo, em rede e deslocalizado” através da Academia Digital.

Com o lançamento do Portal do Colaborador, a empresa percebeu que é possível aproveitar a tecnologia a favor da comunicação permitindo aos colaboradores, a interação com os RH, a qualquer hora e a partir de qualquer lugar e dispositivo.

De forma a ganhar eficiência de processos, a DHL estuda e implementa várias soluções digitais. “O setor da logística e gestão da cadeia de abastecimento é visto cada vez mais como uma alavanca da execução estratégica das organizações. Isto significa que é um setor em particular evolução e desenvolvimento, que procura suportar este caminho transformacional na inovação tecnológica e na digitalização”, explica Rui Gomes. No caso concreto da divisão de supply chain e, em particular, na gestão dos armazéns, sendo um setor de mão de obra intensiva, o grande desafio passa por combinar o desenvolvimento tecnológico com a gestão de RH. “Esta mudança requer, por um lado, o desenvolvimento de competências técnicas diferentes e, por outro, um processo de gestão da mudança muito eficaz, garantindo a deslocação de mão de obra de tarefas mais indiferenciadas e repetitivas para áreas de criação de valor.”

A DHL está a trabalhar em várias áreas, desde “a automação, data analytics ou machine learning”, explica Rui Gomes. “Procuramos ter um pacote de tecnologias desenvolvidas, testadas e disponíveis para que cada uma das operações as possa adotar na justa medida em que se justifique.  Por exemplo, neste momento, além da automação de tarefas repetitivas, estamos a implementar uma ferramenta de demand-forecast que utiliza inteligência artificial.” A empresa aposta também na criação de Robot Process Automation (RPAs) para processos standard repetitivos e está a trabalhar na utilização de ferramentas de realidade virtual para programas formativos. “Tudo isto vai requerer uma gestão muito próxima dos nossos recursos humanos que terão que realizar tarefas diferentes e com instrumentos de trabalho distintos”, reforça o country manager.

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