A start-up portuguesa Stex quer lançar no espaço de dois anos a primeira biorrefinaria da Península Ibérica. A empresa desenvolve tecnologias verdes para a produção de biocombustíveis líquidos, pré-bióticos e proteínas a partir de biomassas residuais ou resíduos em escala industrial, revela, em comunicado.
A start-up surge porque “em 2018, a União Europeia aprovou a RED II, que obrigará o setor dos transportes a incorporar, no mínimo, 3,5% de biocombustíveis que provenham de resíduos até 2030. A questão é que não há produtores deste tipo de biocombustíveis em Portugal e, na Europa, a produção é incipiente”.
Foi nesse contexto que nasceu a Stex que, ao contrário de soluções que partem de açúcares (Brasil) ou hidratos de carbono (Europa e EUA), assenta em resíduos florestais, agrícolas ou lixo urbano em bioetanol.
Com a procura por este tipo de biocombustível “a aumentar nos próximos anos”, a Stex revela que, só na Europa, o potencial de mercado pode chegar a 15 mil milhões de euros.
A previsão de faturação da Stex para 2020 é de “meio milhão de euros, fruto de desenvolvimentos com empresas portuguesas, mas, com o arranque da primeira biorrefinaria e a venda do biocombustível avançado, o volume de negócios poderá ascender a seis milhões de euros”, informa a start-up.
Neste momento, a Stex está à procura de parceiros para implementar as biorrefinarias em Portugal e na Europa. Nos próximos dois anos, o objetivo é construir em Portugal a primeira biorrefinaria da Península Ibérica, e, em 10 anos, 10 no território ibérico. O restante mercado europeu também está nos seus horizontes.
Atualmente, a Stex opera uma planta piloto dentro das instalações da Unidade de Bioenergia e Biorrefinarias do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) coordenado pelo Dr. Francisco Gírio.
A start-up também foi distinguida com o prémio Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito da 7ª Edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola.