O IMD Smart City Index 2023, criado pela World Smart Sustainable Cities Organization (WeGO) , posicionou a cidade de Lisboa no 99º lugar entre 141 cidades. Desde o primeiro ranking (de 2019), a cidade tem baixado consecutivamente. O melhor lugar foi em 2019, onde estava posicionada no 62º lugar.
De uma lista de 15 indicadores, a habitação a preços acessíveis (85,3%), o congestionamento rodoviário (50,1%), a corrupção (48,6%), os serviços de saúde (48%) e os transportes públicos (39,9%) são os cinco tópicos considerados pelos inquiridos como os mais urgentes de serem abordados em Lisboa.
A maioria dos lisboetas está disposto a conceder dados pessoais para melhorar o congestionamento rodoviário (61,5%), está confortável com a tecnologia de reconhecimento facial para diminuir a criminalidade (72,7%) e sente que a disponibilidade de informação online aumentou a confiança nas autoridades (61,4%). 65,8% das transações diárias de pagamentos dos inquiridos não são em dinheiro.
O panorama atual das áreas da cidade
Na área da saúde e segurança, só 12% consideram que encontrar alojamento com uma renda igual a 30% ou menos de um salário mensal não é um problema. Outro ponto de destaque é que só 32,8% consideram que a poluição do ar não é um problema. Os restantes indicadores (saneamento básico, serviços de reciclagem, segurança pública e serviços médicos) possuem bons resultados.
Já na mobilidade, o congestionamento do tráfego é considerado um problema para 82.3% dos inquiridos. A satisfação dos transportes públicos não reúne também uma maioria, com apenas 37,8% a considerarem-nos satisfatórios.
A nível de oportunidades (trabalho e escola), uma pequena maioria considera que a maioria das crianças tem acesso a boas escolas e que as minorias se sentem bem-vindas. A existência de espaços verdes e de atividades culturais é considerada satisfatória.
Já na Governança, a corrupção é vista como o principal problema, seguido da falta de contribuição dos cidadãos para a tomada de decisões locais.
A tecnologia ao serviço de cada área
O melhor resultado ao nível da utilização da tecnologia ao serviço da cidade é na compra online de bilhetes para eventos ou museus que facilitou o acesso a 83,3% dos lisboetas.
Na área da saúde e segurança, os relatórios online de problemas de manutenção da cidade e a existência de um site ou aplicação para monitorização da poluição do ar foram os aspetos em que Lisboa ficou mais aquém.
Já na mobilidade, apenas o planeamento online e a venda de bilhetes esteve em terreno positivo, com 57,9% a considerarem que tornou o transporte público mais fácil de utilizar. Nas oportunidades, a utilização da tecnologia está toda em terreno positivo, com o destaque a ir para as listagens de posições de trabalho online tornarem mais fácil de arranjar emprego (75,6%).
Finalmente, ao nível da governança, o pior indicador é no acesso público online às finanças da cidade e o seu impacto na redução da corrupção. Apenas 30,2% acreditam que esse acesso teve impacto na redução. Do outro lado da moeda, 70,7% consideram que o processamento de documentos de identificação online reduziu os tempos de espera.
E as outras cidades? Zurique lidera a lista
O relatório coloca Zurique (Suíça), Oslo (Noruega) e Canberra (Austrália) no top 3. Esta última entrou no índice pela primeira vez este ano.
Do ‘top 20’, seis cidades têm vindo a melhorar continuamente o seu desempenho desde 2019. Elas são Zurique (Suíça), Oslo (Noruega), Singapura (Singapura), Pequim (China), Seul (Coreia do Sul) e Hong Kong.