Entre janeiro e novembro de 2019, os portos do Continente movimentaram um total de 80 milhões de toneladas, volume inferior em cerca de 4,96 milhões de toneladas ao verificado no período homólogo de 2018, a que corresponde uma quebra de 5,8%.
O mês de novembro, isoladamente, registou uma subida ligeira de 0,2% face a novembro de 2018, por efeito das variações positivas registadas nos portos de Figueira da Foz, Lisboa e Setúbal, que conseguiram anular as variações negativas dos restantes portos.
Viana do Castelo, Leixões e Setúbal apresentaram comportamentos positivos, com valores respetivos de +16,4%, +2,4% e +1,3%, correspondentes no seu conjunto a um total de +550 mil toneladas, não conseguindo, mesmo assim, anular o desempenho negativo dos restantes portos, que totalizaram uma quebra global superior a 5,5 milhões de toneladas.
Sines é o principal responsável pelo desempenho negativo, com quebras de 5,25 milhões, em termos globais. Estas quebras assinalam-se, sobretudo, nos mercados da Carga Contentorizada, Carvão e Petróleo Bruto, totalizando quase -7,2 milhões de toneladas, correspondente a 84,9% do total das quebras observadas nos vários mercados com comportamentos negativos.
Dos restantes portos com comportamentos negativos, salienta-se o porto de Aveiro cujo acumulado no mês anterior traduzia a melhor marca de sempre, e no período de janeiro a novembro de 2019 reflete um recuo de 2,2%, em resultado de uma quebra homóloga de -32% no mês de novembro.
O porto de Sines continua a liderar o volume de carga movimentada, não obstante os recuos verificados nos últimos meses, com uma quota de 48,2% (-3,4 pontos percentuais face ao que detinha no período homólogo de 2018), seguido de Leixões (22,4%), Lisboa (13,1%), Setúbal (7,3%) e Aveiro (6,2%).
Entre janeiro e novembro deste ano, o movimento de contentores registou uma quebra global de 8% no volume de TEU, apresentando um movimento total de 2,53 milhões de TEU. Este desempenho é explicado pelo comportamento negativo de Sines, ao registar -282,7 mil TEU, correspondente a uma redução de 17,6% face a igual período de 2018. Importa recordar o peso que o tráfego de transhipment representa no volume de contentores movimentados em Sines, que, apesar de ter vindo a diminuir nos últimos meses, acumulando em novembro uma redução de 27,6%, ainda representa 68,2% do total no porto. Por outro lado, o volume de TEU com origem e destino no hinterland do porto regista um crescimento de 16,9%.
Não obstante o seu comportamento negativo, Sines mantém a liderança neste segmento de mercado, com uma quota de 52,2%, inferior em -6,1 pontos percentuais à que registava no período homólogo de 2018, seguido por Leixões com 25,2%, Lisboa com 16,9%, Setúbal com 5% e Figueira da Foz com 0,8%.
No que respeita ao movimento de navios, comparativamente ao período janeiro-novembro de 2018, os onze primeiros meses de 2019 observaram um acréscimo de 0,7% no número de escalas (9.811 escalas) e uma diminuição no volume de arqueação bruta de 0,2% (para cerca de 188,9 milhões). O porto de Lisboa foi o que mais influenciou este comportamento positivo ao registar um acréscimo homólogo de157 escalas (+7%), seguido dos portos de Douro e Leixões com +25 (+1,1%), Viana do Castelo com +16 (9,3%) e Sines com +10 (+0,5%).
Após o movimento de novembro, os portos de Douro e Leixões e de Lisboa apresentam quotas quase idênticas no número de escalas, com, respetivamente, 24,5% e 24,3%, seguindo-se Sines (19,8%), Setúbal (14,4%) e Aveiro (9,7%).
As operações de embarque entre janeiro e novembro de 2019 foram profundamente influenciadas pelos mercados de Carga Contentorizada de Sines, Leixões, Lisboa e Setúbal, os Produtos Petrolíferos de Sines e Leixões, os Outros Granéis Sólidos em Setúbal e Lisboa e a Carga Fracionada em Leixões, que representaram 80% do total de carga embarcada, apresentando embora comportamentos distintos.
Do lado dos comportamentos negativos, as variações mais expressivas são encontradas na Carga Contentorizada de Sines (-19,3%), nos Produtos Petrolíferos também em Sines (-12,3%), e Outros Granéis Sólidos de Lisboa (-14,9%).
Das variações positivas nos embarques, destaca-se a Carga Contentorizada em Leixões e Lisboa com acréscimos de 9,4% e de 3,4%, a que seguem os Minérios e a carga Ro‑Ro em Setúbal, com +29,3% e +19,6%, respetivamente.
No que diz respeito às operações de desembarque, destaca-se a variação positiva dos Produtos Petrolíferos em Sines, com acréscimo de 2,4 milhões de toneladas (+47,4%), representando 68,4% do total das variações positivas. Embora com menor expressão, referem-se ainda os Outros Granéis Líquidos em Sines, que registam um acréscimo de 199,3 mil toneladas e a carga Ro-Ro de Leixões, com +110,9 mil toneladas. Com variações negativas registadas nestas operações assinalam-se a Carga Contentorizada (-2,3 milhões de toneladas), os Produtos Petrolíferos (-1,5 milhões de toneladas) e o Petróleo Bruto (-1,4 milhões de toneladas) em Sines, seguidos dos Produtos Agrícolas de Aveiro (-100,3 mil toneladas), como os que mais contribuíram para o comportamento negativo registado.
Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado, no período em análise, de 63,8%, 69,1%, 53,6% e 100%, respetivamente. No seu conjunto, estes quatro portos representam uma quota de carga embarcada de 14,8% (9,9% destes respeitam a Setúbal).