O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) conta com um investimento de 967 milhões em mobilidade sustentável, destinados à melhoria dos transportes coletivos. Neste ‘Olhar o PRR’, nova rubrica da Mobilidade by Sustentável, onde analisamos o progresso desse investimento, o foco é a expansão da Rede de Metro de Lisboa, nomeadamente da Linha Vermelha até Alcântara.
Esta expansão tem como objetivo servir a parte ocidental da cidade de Lisboa. O Metro de Lisboa nota que esta zona “carece de um serviço de transporte público pesado”.A extensão de cerca de quatro quilómetros até Alcântara, prevê a criação de quatro novas estações: Amoreiras/Campolide, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara, onde fará a ligação à futura Linha Intermodal Sustentável, promovendo a ligação ao concelho de Oeiras (LIOS Ocidental).
Para além desta extensão, o projeto envolve a instalação do novo sistema de sinalização (CBTC – Communications-based train control) entre as estações Oriente e São Sebastião, bem como a instalação do referido sistema de sinalização em 41 unidades triplas existentes, no valor global de 24 milhões de euros.
O financiamento total do projeto, através do PRR, era de inicialmente 304 milhões de euros, tendo já sido transferido 41,4 milhões de euros, de acordo com o Portal Transparência. A data de conclusão prevista é 31 de dezembro de 2025. No final do ano passado, foi revelado que a expansão iria custar mais 25% do valor estimado inicialmente, num total de 405,4 milhões de euros. Considerando a análise a 30 anos, os benefícios esperados por este projeto ascendem a 1, 047 mil milhões de euros.
O projeto já recebeu da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável, após o Metro de Lisboa garantir que o Jardim da Parada (Campo de Ourique) iria ser reposto, com a reposição de seis lódãos semelhantes aos que vão ser necessários retirar e a plantação de 50 novas árvores na freguesia.
O impacto no jardim tem sido contestado desde o início da apresentação das localizações das estações. O Metro explica, por exemplo, que a estação assegurará 12% dos movimentos diários das novas quatro estações do prolongamento da linha Vermelha. “Para qualquer outra localização avaliada para a estação Campo de Ourique não se alcançaram resultados desta ordem de grandeza”, defendendo-se da escolha desta localização.
Relativamente aos impactos do investimento, o Metro prevê que a procura diária nas quatro estações corresponderá a um acréscimo de 4,7% de clientes em toda a rede. Além disso, prevê-se que as emissões evitadas ascenderão a 175,6 mil toneladas de CO2 e as poupanças energéticas ascenderão a 29,2 mil tep, num período de 30 anos.
O prolongamento da linha recebeu, no âmbito do concurso público, cinco propostas com valores entre os 306 e os 345 milhões de euros.
Recentemente, o Metro de Lisboa revelou as primeiras imagens de como deverão ser os exteriores das novas estações. Veja na galeria:
Caso tenha interesse em aceder aos estudos que estiveram na base do investimento, pode clicar aqui.
PRR: Expansão do Metro de Lisboa
Financiamento: 405,4 milhões de euros
Valor já transferido: 41,4 milhões de euros
Novas estações: Amoreiras/Campolide, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara
Acréscimo previsto de 4,7% de clientes em toda a rede
Benefícios esperados a 30 anos:
- 1,047 mil milhões de euros
- 175,6 mil toneladas de CO2 evitados
- 29,2 mil tep em poupança energética