O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) conta com um investimento de 967 milhões em mobilidade sustentável, destinados à melhoria dos transportes coletivos. Além deste valor, o PRR apoia ainda o reforço das infraestruturas com 690 milhões de euros. Perceba como está a ser aplicado este dinheiro e em que fase estão os projetos.
De acordo com o portal governamental Mais Transparência apenas 127,3 milhões da mobilidade sustentável (13,2%) e 93,5 milhões das infraestruturas (13,5%) já foram executados.
Na mobilidade sustentável, apesar de a expansão da rede de Metro de Lisboa – Linha Vermelha até Alcântara ser a que maior financiamento possui (304 milhões de euros), só está executada em 13,6%. A expansão da Rede de Metro do Porto – Casa da Música – Santo Ovídio é o projeto mais avançado, com 14,6% executado de um financiamento total de 299 milhões. Ambos os investimentos têm fim previsto para o final de 2025.
Os outros projetos abrangidos são o Metro Ligeiro de Superfície Odivelas – Loures (250 milhões), a Linha BRT Boavista – Império (66 milhões) e o apoio à descarbonização dos transportes públicos (Auto Viação Feirense – 8,4 milhões; STCP – 8,4 milhões; Alsa Todi – 8,3 milhões; Carris – 7,3 milhões; Vimeca – 4,9 milhões; JJ Santo António – 7 milhões; Scotturb – 3,6 milhões). Este último ponto é o mais atrasado, com apenas 2,6% concluído, sendo que o prazo de conclusão prevista é até ao final deste ano.
Pior, só mesmo a reforma do ecossistema dos transportes, que conta com 23 contratos com as autoridades de gestão de transporte por assinar. A reforma tem por objetivo a promoção do transporte público, na ótica da eficiência ambiental, da descarbonização e da transição energética.
“Para atingir este objetivo considera-se fundamental, por um lado, promover o investimento em infraestruturas e em ativos que potenciem a adoção de hábitos de mobilidade sustentáveis e, por outro lado, prosseguir com as políticas de reforço e capacitação das autoridades de transporte, para que possam assegurar as suas competências de forma mais eficiente e eficaz, e assegurar a boa execução do processo de contratualização de todos os serviços públicos de transporte de passageiros, nas fases de preparação dos procedimentos e na fase de execução dos contratos”, pode ler-se no site do PRR.
Já ao nível das infraestruturas, os investimentos previstos são, por exemplo:
- Alargamento da Rede de Carregamento de Veículos Elétricos (0 milhões) – O objetivo é alargar, até 2025, a rede de carregamento de veículos elétricos para 15 mil pontos, com um aumento de cerca de 2300 pontos por ano. No entanto, não é um investimento suportado financeiramente no PRR. Segundo a Mobi.E, existem atualmente 3454 postos públicos, totalizando os 6 091 pontos de carregamento.
- Áreas de Acolhimento Empresarial (110 milhões) – Estas áreas devem assegurar, entre outros aspertos, a mobilidade sustentável (e.g. mobilidade elétrica/ pontos de carregamento elétrico e áreas piloto de soluções de produção e carregamento a Hidrogénio);
- Missing links e Aumento de capacidade da rede (313 milhões ) – Pretende-se promover a eliminação de travessias urbanas e a adequação da capacidade da rede rodoviária, reduzindo tempos de percurso, gases poluentes e situações de congestionamento, etc.
- Ligações transfronteiriças (65 milhões) – Vinhais / Bragança (variantes); Ligação de Bragança a Puebla de Sanabria (ES); Ponte internacional sobre o Rio Sever; Ponte Alcoutim – Saluncar de Guadiana (ES).