Gare do Oriente vai ser ampliada pelo seu autor, Santiago Calatrava, de modo a poder receber a ligação de alta velocidade. Segundo informações avançadas pela agência Lusa, o arquitecto espanhol vai propor a construção de duas novas avenidas, uma a norte e outra a sul da infra-estrutura.
«Quero construir duas avenidas, tangentes à estação: uma a norte e outra a sul da Gare. Pelo menos, é o que vou propor. A tendência nas estações modernas é, primeiro que tudo, facilitar as acessibilidades», avançou Calatrava, em entrevista à agência Lusa em Nova Iorque.
Reiterando que as obras de ampliação representam «uma oportunidade de preencher a total capacidade urbana da estação», o autor confessou que tem pensado nos elementos indispensáveis às estações urbanas, que servem vários tipos de transportes públicos e que devem fazer a ligação rápida entre eles.
«É necessário torná-las [às estações] mais confortáveis, o que pode ser facilmente resolvido simplificando a orientação e aumentando a sensação de segurança. Tem de se permitir o acesso visual a tudo e que as pessoas vejam o que se passa lá fora», explicou.
Neste âmbito, Calatrava anuncia novas soluções, como «os dispositivos electrónicos que veiculam as informações e orientam os passageiros, aumentando a sua sensação de segurança, que são importantíssimos».
Entre as alterações que irá implementar, Calatrava diz ter detectado pequenas falhas e que as autoridades portuguesas lhe pediram mais conforto. «Solicitaram pequenas alterações, quase todas relacionadas com o conforto do espaço. Falou-se na questão das salas de espera e protecções para o vento» revela, assegurando que concorda. «Se os passageiros têm de esperar 5 ou 10 minutos, devem fazê-lo bem sentados, protegidos e bem informados».
Acrescenta ainda que a estação de Lisboa «é das maiores do mundo, recebe cerca de 75 milhões de passageiros por ano, número comparável ao da Grand Central Station, em Nova Iorque».
«Prevê-se um total de mais de 90 milhões de utilizadores. Temos de arranjar forma de facilmente apanharem o comboio, de entrarem e saírem da estação sem complicações. A orientação dentro da estação dever ser fácil», refere, acrescentando que, no aspecto da orientação, a estação de Lisboa é um bom exemplo: «em cima apanham-se os comboios, em baixo está o metro. E no meio, ao nível do chão, está-se praticamente na rua».
À pergunta sobre quanto irá custar a ampliação e adaptação da Gare, responde dizendo que «se não contarmos com a inflação, ficará mais barato do que a primeira fase.