Especial Gestão de Frotas: Crescer na crise

Especial Gestão de Frotas: Crescer na crise

A crise está a beneficiar os fornecedores de soluções de gestão de frotas. Porque estas ferramentas permitem poupança de custos e racionalização de meios, dois “bens caros” em tempos de crise. Investir em soluções de gestão de frotas é a garantia de eliminar gastos desnecessários. Nalguns casos pode ser essencial para a sobrevivência, defendem os fornecedores. 

“É nas alturas de crise, com os mercados estagnados ou a decrescerem, que as empresas, para sobreviverem, têm de obrigatoriamente cortar nos custos”, adianta Madalena Santos, Diretora de Marketing da Cartrack, como explicação para o crescimento em claro contraciclo da sua empresa. Em 2011, a Cartrack faturou 1,9 milhões de euros e prevê este ano duplicar a faturação, chegando aos 4 milhões de euros.

Para Madalena Santos, que não hesita em confirmar o “otimismo” da empresa e a expetativa de “continuar a crescer”, o ganho de quota de mercado explica-se pelo facto de a empresa vender “ferramentas de poupança e gestão de custos”. Também contribui o facto de a Cartrack ser a única empresa em Portugal com uma Sala de Controlo que funciona 24 horas por dia e uma “taxa de recuperação de 100%”.

Opinião similar tem a Esri Portugal: “A nossa solução de planeamento e otimização de rotas adapta-se perfeitamente à conjuntura económica atual, na medida em que vem permitir uma redução de custos operacionais e aumento de eficácia e produtividade, uma redução de custos de mobilidade, uma redução dos tempos de cada rota de distribuição/entrega e a maximização da capacidade dos veículos. Diz-nos a experiência que, em média, esta redução está entre os 10% a 30%”, afirma Pedro Sales, Consultor de Negócios de Transportes e Logística da Esri Portugal. Para esta empresa de origem norte-americana, presente em Portugal há 25 anos, o setor dos transportes e logística representa 15% do seu volume de negócios.

Outra vantagem apontada por Pedro Sales é a simplicidade da solução. “Qualquer utilizador pode desenvolver e adaptar a tecnologia às suas necessidades e tornar-se autónomo neste processo, continuando o desenvolvimento e atualização das suas soluções”.

Vendas superam aluguer

Outra empresa do setor, a GMV, confirma que “a atual crise económica tem impulsionado as vendas da solução MOVILOC”, como refere Fábio Sócrates, Business Developer de Transport & Mobility na GMV para Portugal, PALOP e Brasil. Os motivos apontados são a procura por parte dos clientes de “formas de maximizar a economia de combustível, minimizar o tempo não trabalhado e, em geral, maximizar a produtividade dos seus recursos”.

Em 2011, a GMV faturou mais de 110 milhões de euros, dos quais cerca de 5 milhões de euros em Portugal. A empresa prevê manter igual volume de faturação em 2012. Como forma de tornar a sua solução de gestão de frotas mais atraente para os clientes, em tempo de crise, a empresa fez um “esforço de redução dos custos do serviço MOVILOC”. Esta empresa dispõe ainda de uma solução de aluguer operacional de soluções de gestão de frotas. Já esta área está a ser prejudicada pela crise económica. Como explica Fábio Sócrates, “com o estrangulamento da economia europeia, e consequentemente do crédito concedido, desde o quarto trimestre de 2011 que são poucos os renting aprovados. No último semestre a percentagem de vendas da GMV em formato de renting ficou apenas pelos 34% do total de vendas das soluções de gestão de frotas”. Para compensar, aumentaram “de forma exponencial” as vendas efetivas dos equipamentos. A Vodafone Portugal considera que “o custo não constitui um entrave à adesão” às soluções de gestão de frota que disponibiliza. A empresa opta por vender apenas soluções com custo fixo mensal, com tudo incluído: comunicações, licenças de software, equipamentos, suporte e garantias pelo período do contrato. Encontram-se também incluídos os desenvolvimentos que cada solução venha a sofrer após a sua aquisição, o que garante uma atualização permanente. “Não é difícil demonstrar que a poupança decorrente da utilização destas soluções é assegurada desde o primeiro mês”, afirmam os responsáveis da empresa.

Também a solução MOVILOV, da GMV, é contratada por um valor mensal fixo por veículo, o que permite aos clientes “concentrarem-se no seu negócio e não terem de se preocupar com administração de sistemas informáticos, ferramentas de desenvolvimento, atualização de mapas, etc”.

Para quem tem frota

As soluções de gestão de frotas destinam-se a todos os setores de atividade e empresas de qualquer dimensão, defendem todos os fornecedores deste tipo de soluções. Como refere a GMV, “essa é uma característica única das soluções software as a service, em que o acesso é feito através de qualquer PC, Tablet, PDA, Smartphones com acesso à Internet”. Este tipo de soluções é útil para todas as empresas que tenham uma frota, de setores tão diferentes como os transportes, os serviços, o comércio e indústria, as entidades públicas e associações. Alguns exemplos de clientes preferenciais são as empresas de transporte de passageiros, transporte de mercadorias e logística, empresas de construção, prestadoras de serviços públicos, empresas de assistência e apoio técnico e empresas de forças de vendas corporativas, empresas que se dedicam à assistência domiciliária ou manutenção de ativos/infraestruturas, câmaras municipais ou corporações de bombeiros.

A Vodafone Portugal identifica, num primeiro momento, uma “adoção massiva deste tipo de soluções por parte dos grandes transportadores internacionais”. Seguiram-se as empresas de transporte urbano, “à medida que os custos de implementação foram sendo reduzidos e os equipamentos passaram a ser de mais fácil instalação”. Transversalmente surgiram “soluções de navegação e despacho que têm aplicabilidade, inclusive, na entrega de mercadorias efetuada por motociclos”. O que a maioria dos clientes procura nestas soluções é “poupança financeira”, garante a Cartrack, pelo que as soluções mais procuradas são as que permitem às empresas otimizar a sua gestão. Em segundo lugar, os clientes procuram “o fator segurança”.

Na Esri Portugal, as soluções mais procuradas são as de otimização de rotas, por apresentarem “um payback quase imediato”. Seguem-se as soluções de otimização de localização de infraestruturas logísticas, “para fazer otimizar as infraestruturas de suporte face à realidade de operações atual”, como explica Pedro Sales.

O artigo está disponível na íntegra na edição 101 da revista LOGÍSTICA & TRANSPORTES HOJE  

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever