Vai ser hoje formalmente criada a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), uma nova estrutura que deverá representar os pequenos e médios empresários que não se sentem retratados pela actual associação do sector, a ANTRAM.
A “necessidade” de criação desta associação nasceu após o bloqueio e paralisação nacional de camionistas da semana passada, da qual a ANTRAM se demarcou por acreditar que o diálogo com o Governo ainda era possível.
António Lóios, porta-voz do movimento de bloqueio, em declarações à SIC, garantiu que na nova associação estarão presentes os empresários do sector que colaboraram e lideraram o protesto nacional, mas também «empresas de renome» da área dos transportes.
Esta nova estrutura terá como objectivo «promover a defesa dos interesses da classe junto de todos os sectores públicos e privados existentes no país», funcionando de acordo com o conceito «um empresário, um voto», no sentido de ser a mais «democrática possível».
Abertura de inquérito
Todos os crimes ocorridos durante as manifestações dos camionistas da passada semana vão ser alvo de inquérito da parte da Procuradoria Distrital de Lisboa, de acordo com informações avançadas pelo jornal “Diário de Notícias”.
Incumbido deste levantamento das ocorrências, pela procuradora distrital de Lisboa, está o procurador-geral adjunto José Santos Ramos.
Os manifestantes poderão vir a ser acusados de vários crimes que vão desde o lançamento de projécteis, greve não autorizada, até ao atentado contra a segurança dos transportes rodoviários pela colocação de obstáculos que impedem a circulação de veículos.
Aprovado decreto
O Governo aprovou hoje um decreto que permite às empresas de transporte rodoviário de mercadorias repercutirem imediatamente no preço dos seus serviços os aumentos dos combustíveis sempre que estes forem superiores a cinco por cento, segundo informação avançada pela agência Lusa.
Em conferência de imprensa, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, informou que o decreto surge na sequência do recente acordo entre o executivo, a ANTRAM e a Comissão de Transportadores Rodoviários de Mercadorias.
«A concretização de algumas das medidas acordadas dependiam da adopção de novos diplomas. Foi isso que fizemos em Conselho de Ministros», referiu Mário Lino.
Antes desta deliberação, transportador não podia fazer repercutir a curto prazo o aumento do custo dos combustíveis no contrato de prestação de serviço do cliente.