Responsáveis de diferentes empresas vieram contar como a logística tem contribuído, ou pesado, nos seus resultados dos últimos anos. Todos reconhecem que o preço é determinante, mas estão conscientes que preço é diferente de custos e há custos negativos, tangíveis ou intangíveis, que podem advir de uma escolha meramente baseada no preço mais baixo. Para Filipe Tomás, diretor de logística da Fiat, a qualidade de serviço não pode ser posta em causa. No caso da indústria automóvel a qualidade do manuseamento é um aspeto essencial. Aqui, a logística representa 2% do PVP.
Nuno França, diretor de logística da Revigrés, defendeu a capacidade de adaptação dos operadores logísticos às necessidades dos seus clientes. Na sua empresa, a logística representa, em média, apenas 2,5% do valor do produto e está adaptada à estratégia da empresa: crescer nas exportações e alcançar maior qualidade de serviço.
Representando a Nutriplus, Teresa Bachrun, responsável de logística, falou dos custos logísticos da exportação, que podem ascender aos 30%, incluindo os transportes, armazenamento e gestão documental. Na sua opinião, “há todo um valor acrescentado que a logística pode oferecer”, e que a empresa está já a pôr em prática, nomeadamente através de uma boa seleção de operadores logísticos.
Em suma, a recessão é uma ótima oportunidade de negócio para os operadores logísticos, que com a sua especialização podem conseguir sinergias e apresentar um custo logístico mais competitivo do que os alcançados com a logística in house. Mas para isso eles têm de agregar inovação ao processo, funcionar como consultores e ter capacidade de serem adaptáveis e flexíveis. Mas que os operadores logísticos podem trazer benefícios às cadeias logísticas complexas, variáveis e complexas, isso é inquestionável.