Pires da Fonseca: O objetivo é alcançar 400 milhões nos próximos dois anos

Pires da Fonseca: O objetivo é alcançar 400 milhões nos próximos dois anos

Quem conhece Pires da Fonseca reconhece a sua dinâmica às vezes quase provocatória. À LOGÍSTICA & TRANSPORTES HOJE falou da sua vida profissional com entusiasmo e sem tabus. Defende a sua vocação para “start ups e projetos que geram ruturas”, diz que procura “projetos e não emprego” e afirma-se como uma pessoa extremamente feliz: “até hoje tenho tido o privilégio de fazer apenas aquilo que gosto”.

Está a fazer o que mais gosta: “trabalhar o futuro”, contornando o que menos gosta: a “indecisão política”. Trabalha das 9 às 18 horas, recusa-se a almoçar sanduíches e aproveita 80% dos almoços para estar com pessoas que trabalham consigo. Ao final do dia corre durante uma hora e aproveita o serão para ler e refletir. “Dedico o meu tempo ao trabalho mas não sou workaholic”.

Defende o faire faire, à francesa: “a gestão de topo não faz, faz fazer e por isso tem de pensar nos assuntos e centrar-se nos resultados. Em Portugal, as pessoas não usam 20% do seu dia para pensar. Quem quer inovar e gerar valor tem de parar para refletir”.

No futuro, um dia, em Portugal ou não, ambiciona ter o seu próprio negócio, na área industrial de bens transacionáveis, “essencialmente nas agroindústrias de bens altamente perecíveis para integrar a produção com a logística”.

“Administrador executivo do futuro”

É como define a sua função, assumida no início do verão passado, no Grupo Transdev, que em Portugal conta com 2400 trabalhadores e fatura 180 milhões de euros por ano no transporte rodoviário de passageiros, com marcas como a Rede Expresso, City Express, ou Renex. Até 2010, foi o concessionário do Metro do Porto.

O plano de expansão para Portugal prevê a duplicação da atividade nos próximos dois anos, “se as condições do governo não se alterarem”, alcançando 400 milhões de euros e 5000 trabalhadores. O objetivo é “trazer para Portugal as melhores práticas que o grupo tem no mundo para podermos concorrer aos anunciados concursos públicos na área dos passageiros. É onde está o futuro”, afirma Pires da Fonseca.

Como explica, o know-how internacional na produção de serviços de transporte de passageiros, dos urbanos aos suburbanos, do longo curso ao transporte internacional, habilitam o Grupo Transdev a concorrer desde aos comboios urbanos, ao metropolitano, aos suburbanos rodoviários ou ao transporte fluvial.

Pires da Fonseca revela especial interesse no serviço ferroviário de longo curso Alfa e Intercidades, que deveriam na sua opinião ser privatizados “antes da degradação dos serviços”. “Pelo volume da operação e dinâmica do próprio negócio, prioritariamente gostaria de mostrar a bondade das soluções privadas no serviço Alfa/Intercidades. Seria mais interessante numa lógica de acrescentar valor. Mas se o Estado decidir que deve concessionar primeiro os urbanos do Porto e a STCP e que o serviço Alfa/Intercidades ficará na alçada do Estado não é por isso que deixarei de responder. O nosso objetivo é ir a todas, é a nossa vocação”.

“Fazer acontecer” e contribuir para o crescimento do Grupo Transdev em Portugal é como Pires da Fonseca define a sua atual missão. Para isso, trabalha com a sua equipa, sedeada no Porto, no planeamento e desenvolvimento de “redes do futuro”, fazendo o desenho da exploração futura dos diversos negócios, para que “a nossa capacidade de resposta aos concursos seja muito rápida”.

 

Leia o artigo na íntegra na edição nº 96 da Logística & Transportes Hoje.

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