A Capgemini Portugal deu a conhecer, às empresas do sector de transportes, comunicação e distribuição, casos de sucesso e soluções inovadoras, na área da logística. Desenvolvidas conjuntamente pela Capgemini e SAP estas soluções pretendem potenciar os activos logísticos das empresas.
As tendências no sector da logística, como optimizar operações, o planeamento e agendamento de transportes e as soluções tecnológicas existentes foram os temas analisados no evento “Visão e Oportunidades de Melhoria dos Activos Logísticos das Empresas” que a Capgemini, um dos maiores fornecedores de serviços de consultoria, tecnologia e outsourcing do mundo, apresentou em Lisboa.
A multinacional francesa, a operar em trinta e seis países distribuídos pela Europa, América do Norte e Ásia-Pacífico, conta com cerca de 86 mil colaboradores e alcançou uma receita global de cerca de 8 700 milhões de euros em 2007. Em Portugal, a Capgemini conta com cerca de 450 profissionais e registou uma receita de 30 milhões de euros em 2007.
O estudo anual “2008 Third-Party Logistics” apresentado, à semelhança do que acontece desde 1996, ajuda a identificar e seguir as tendências-chave e as ideias da indústria 3PL (third-party logistics providers, aliança entre as empresas e os fornecedores de logística) do ponto de vista dos clientes.
O documento foi produzido pelo norte-americano C. John Langley Jr., formado pelo Georgia Institute of Technology, com uma equipa de peritos da Capgemini, DHL e Oracle.
Para além do estudo, a equipa liderou ainda um grupo de interpretação dos resultados do trabalho, assim como entrevistas com profissionais especializados em logística integrada, logística verde e sustentada e segurança na cadeia de abastecimento. Os resultados apresentados pretendem ajudar os 3PL e os outsourcers logísticos a melhor compreender e controlar de forma eficaz os seus relacionamentos.
As discussões no relatório são baseadas nas respostas de 1 644 executivos da logística e cadeias de abastecimento de quatro regiões geográficas principais: América do Norte (31% das respostas), Europa (36%), Ásia-Pacifico (20%) e América Latina (11%). A maioria destes profissionais representa as indústrias automóvel, química, produtos de grande consumo, alimentação e bebidas, alta tecnologia e electrónica, manufactura, defesa e ciências da vida e cuidados médicos. Nesta edição do estudo as entrevistas foram conduzidas com a colaboração de peritos ministeriais, de corporações e de organizações não-governamentais.
Resultados
Na apresentação do estudo “2008 Third-Party Logistics”, Dennis Wereldsma, global sector leader distribution da Capgemini, revelou que os utilizadores de serviços 3PL avaliam de forma altamente positiva os seus relacionamentos de outsourcing logístico, com 89 por cento a concordar que estas alianças representam vantagens estratégicas e competitivas para as suas empresas. Foi realçada a importância de as parcerias 3PL conseguirem compromissos comuns no sentido de investir em melhorias contínuas nas ofertas de serviços e na redução de preços.
A subcontratação demonstra vantagens na transferência de tarefas e funções logísticas para uma entidade externa especializada e conhecedora das melhores práticas, garante a realização de tarefas e funções logísticas com qualidade, agilidade e com um custo logístico, mais eficiente e flexível, e melhora o desempenho focalizando os recursos próprios no desenvolvimento das actividades core da organização.
Por sua vez, o unbundling das cadeias reflecte as vantagens da transferência de tarefas e funções logísticas para uma entidade externa especializada e conhecedora de melhores práticas, garante a realização dessas acções com qualidade, agilidade e com um custo logístico mais eficiente e flexível, assim como melhora o desempenho focalizando os recursos próprios no desenvolvimento das actividades nucleares da organização. Sem surpresa, as taxas dos serviços logísticos surgem como um dos aspectos principais tratados nos contratos.
As empresas que subcontratam serviços de logística apontam como principais factores críticos de sucesso as relações ao nível operacional, a profundidade e nível de formalização dos contratos, a melhoria do nível de serviço aos clientes, as relações entre pares ao nível executivo e o incremento da eficiência dos processos e redução de custos. O estudo deixa claro que a evolução da cadeia de outsourcing leva a uma cada vez maior partilha de informação e de capacidades logísticas entre retalhistas e fornecedores.
Factores inibidores
As empresas que optaram por não subcontratar serviços de logística apontam como factores inibidores a valorização da logística como competência nuclear na organização e a existência de dúvidas quer na obtenção de poupanças e redução de custos quer nos compromissos de nível de serviço prestado.
O documento apresentado pela Capgemini foca-se também na colaboração entre os clientes e os 3PL para concluir pela necessidade do alinhamento de objectivos e metas das entidades de forma a alavancar as parcerias e pela partilha de planos de previsões e programas de acções e novos produtos de maneira a melhorar a capacidade de resposta face a períodos de pico e promoções, assim como ao estabelecimento de plataformas de informação sobre o planeamento, execução e monitorização dos processos logísticos.
No que diz respeito à selecção de 3PL pelos clientes, os factores levados em conta privilegiam os aspectos operacionais, o acréscimo de valor na cadeia e as capacidades de cobertura geográfica e rede de parcerias. Em conclusão, o estudo “2008 Third-Party Logistics” reporta que as boas práticas do modelo de colaboração se decidem na reflexão e alinhamento estratégico, fiabilidade e eficiência do serviço, liderança, visão e atitude.
Controlistics
O evento “Visão e Oportunidades de Melhoria dos Activos Logísticos das Empresas” serviu ainda para Pino Melis, da Capgemini Center of Excellence SAP-LSP, apresentar soluções colaborativas. Fundada em 1972, a SAP é o fornecedor líder mundial de soluções empresariais para todos os tipos de indústria. A empresa alemã emprega mais de 50 mil pessoas em meia centena de países, nos serviços e suporte aos clientes. Conta ainda com 12 milhões de utilizadores e 1 500 parceiros. A SAP utiliza a sua experiência, conhecimento e tecnologia para oferecer a carteira de soluções “SAP for Logistics Service Providers”, que disponibiliza capacidades abrangentes para os principais prestadores de serviços de logística, prestadores de serviços de logística terceiros, transitários, e empresas de transporte de carga por via marítima, rodoviária e aérea.
Proporciona ainda um conjunto flexível e integrado de soluções que possibilitam lidar com processos complexos do negócio, no que se refere a aquisição, armazenamento, execução, gestão de devoluções e logística de valor acrescentado. Tudo isto em simultâneo com a gestão de actividades operacionais, que vão desde o planeamento estratégico e tomada de decisões, à folha de salários e administração, passando pela facturação e assistência ao cliente.
Em parceria, a Capgemini e a SAP criaram a Controlistics para poderem oferecer aos pequenos e médios LSP, fornecedores de serviços logísticos, soluções pré- formatadas que reúnem a experiência e a tecnologia das respectivas empresas. A Controlistics oferece uma solução única e flexível que cobre todas as funcionalidades exigidas ao ter sido projectada especificamente para que as pequenas e médias empresas possam suportar os processos básicos dos contratos logísticos.
Os pequenos e médios LSP ficam, assim, com as capacidades de que necessitam para automatizar processos, a fim de reduzir custos de mão-de-obra, evitar erros manuais e simplificar processos fundamentais como armazenamento e transporte. Podem também integrar os seus sistemas e operações com os dos seus clientes e parceiros e servir clientes em múltiplas indústrias, satisfazendo os requisitos específicos de cada uma delas.
A Controlistics dá aos LSP ferramentas para monitorizar o desempenho das transportadoras, ganhar maior visibilidade das cadeias logísticas e fornecer informações precisas e actualizadas sobre remessas e desempenho da cadeia logística. Os pequenos e médios LSP podem ainda antecipar as exigências dos clientes, desenvolver e fazer o marketing de novos serviços, gerir as suas carteiras de serviços e analisar a rentabilidade por cliente, a fim de se poderem focar nos mais lucrativos. Por último, graças à estabilidade e flexibilidade das soluções Controlistics, os LSP podem implementar rapidamente novos processos e serviços, adaptar processos para satisfazer regulamentos governamentais e tirar partido de novas tecnologias, como é o caso do RFID, identificação por radiofrequência, e dos hubs de colaboração.