Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram um modelo inteligente de carregamento de autocarros que permite poupanças expressivas em termos de custos de operação e a também um modelo de aumento do ciclo de vida das baterias.
De acordo com o explicado, o estudo, publicado na revista Energy, foi realizado no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESC Coimbra) da Universidade de Coimbra e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), permitindo poupança de 30 a 40% nos custos e ciclos de vida das baterias..
“Ainda há desafios a vencer para possibilitar a adoção em massa destes veículos nas cidades, nomeadamente limitações ao nível de infraestrutura e operacionais. Atualmente, a rede elétrica não está preparada para uma eletrificação total dos transportes públicos. Por isso, é necessário encontrar soluções que ultrapassem estes obstáculos”, explicam os autores, Jônatas Augusto Manzolli, João Pedro Trovão e Carlos Henggeler Antunes, em comunicado.
O modelo desenvolvido pelos três investigadores do INESC Coimbra propõe uma abordagem mista considerando a venda de energia à rede através da tecnologia V2G (do inglês vehicle to grid) e a degradação das baterias.
“A principal novidade do modelo é incluir uma estrutura de envelhecimento da bateria para avaliar os custos de degradação, o que permite aumentar o ciclo de vida das baterias, que atualmente ainda são dispendiosas”, explicam os responsáveis pelo estudo, exemplificando que “nem todos os veículos precisam de estar totalmente carregados para operar diariamente. Este aspeto é relevante, pois reduz o custo total de carregamento e desempenha um papel na melhoria do ciclo de vida das baterias”.
A próxima fase da investigação vai centrar-se em desenvolver uma versão mais detalhada do modelo de otimização, permitindo uma previsão em minutos, para dar resposta, por exemplo, quando acontece um acidente e obriga a uma reorganização de toda a frota e do seu carregamento. Intitulado “Electric Bus Coordinated Charging Strategy Considering V2G And Battery Degradation”, o artigo científico pode ser consultado: aqui.