iStock Uma equipa internacional de investigadores desenvolveu um novo tipo de plástico feito a partir de bambu, suficientemente resistente para aplicações industriais, mas capaz de se degradar no solo em apenas 50 dias.
O método, descrito pelos cientistas como simples e ecológico, consiste em quebrar a celulose do bambu com um solvente alcoólico e depois reconstruí-la quimicamente, formando uma estrutura sólida semelhante à dos plásticos convencionais.
“Conseguimos dissolver a celulose até ao nível molecular e reorganizá-la num material com elevada resistência e estabilidade”, explicou Hongying Tang, líder do estudo, publicado na revista Nature Communications.
Os testes mostraram que o novo material igualou ou superou plásticos tradicionais como o poliestireno de alto impacto e o ácido polilático, tanto em plasticidade como em resistência mecânica e térmica.
Segundo os investigadores, o plástico de bambu apresentou uma resistência à tração de 110 megapascais e um trabalho de fratura de 80 kJ/m³, valores superiores aos dos bioplásticos e plásticos convencionais atualmente no mercado.
Até agora, os plásticos feitos de biomassa orgânica apresentavam propriedades mecânicas inferiores, limitando o seu uso em setores exigentes, como a construção ou a indústria pesada. Além disso, muitos “plásticos de bambu” existentes são compostos de fibras naturais imersas em resinas sintéticas, o que impede a biodegradação completa.
De acordo com os cientistas, a nova técnica elimina essas limitações, usando um processo não tóxico e totalmente biodegradável, em que a celulose é modificada quimicamente para formar uma rede molecular resistente e estável.
Outro avanço significativo é a reciclabilidade: o material pode ser reaproveitado em circuito fechado, mantendo 90% da sua resistência original após o reaproveitamento — um passo importante para a economia circular.
Os investigadores enfatizaram que esta inovação abre caminho para uma alternativa sustentável e de alto desempenho aos plásticos derivados do petróleo, conciliando eficiência industrial e proteção ambiental.
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