Mobilidade

Inovação estagnada ameaça transição ‘verde’ da aviação, revelou estudo da T&E

Inovação estagnada ameaça transição ‘verde’ da aviação, revelou estudo da T&E iStock

Uma nova análise da organização Transport & Environment (T&E) alertou para o facto de a dependência contínua da tecnologia convencional estar a pôr em risco as metas de descarbonização do setor da aviação.

De acordo com o estudo, se os fabricantes de aviões acelerassem o desenvolvimento tecnológico, as inovações poderiam reduzir as emissões de CO₂ ao equivalente ao que é emitido anualmente por 62 milhões de carros a gasolina e gasóleo.

No entanto, o relatório enfatiza que estas inovações vão ter de ser acompanhadas por medidas para controlar a procura e corrigir a subtributação do setor da aviação.

A T&E sublinhou ainda que, apesar das promessas, a inovação tecnológica no setor da aviação tem sofrido atrasos sucessivos, travando a transição para uma aviação mais ‘verde’. Segundo a modelação feita pela T&E, num cenário ambicioso, mas realista, a aviação europeia poderia tornar-se até 13% mais eficiente até 2050 ao poupar eletricidade renovável suficiente para alimentar 27 milhões de bombas de calor. Se os fabricantes fossem ainda mais ambiciosos, os ganhos de eficiência poderiam chegar aos 17%.

A análise realça também que, nas últimas décadas, o ritmo da inovação no setor abrandou drasticamente, com as previsões a apontarem que não existirá lançamento de novos modelos de aeronaves na próxima década.

Apesar da Airbus e Boeing, os dois maiores fabricantes mundiais, terem apresentado projetos disruptivos, incluindo o primeiro avião comercial movido a hidrogénio, muitos desses projetos foram adiados ou estão suspensos.

A T&E adianta também que, sem novos modelos em vista, os fabricantes de aeronaves continuam a apostar na reedição de fuselagens antigas com motores mais eficientes e, embora estas atualizações tragam alguma redução de emissões, novas conceções aerodinâmicas e tecnológicas poderiam oferecer muito mais benefícios ambientais.

A análise mostrou que, num cenário mais ambicioso do que o atualmente seguido pela indústria e com entrada em serviço mais rápida de aeronaves inovadoras, as emissões acumuladas de CO₂ da aviação europeia poderiam ser reduzidas em 123 milhões de toneladas até 2050. Este valor equivale à retirada de 62 milhões de carros das estradas europeias durante um ano.

 

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