Nos primeiros seis meses de 2025, o investimento mundial em tecnologias e projetos renováveis atingiu um recorde de 386 mil milhões de dólares, mais 10% do que no mesmo período do ano passado.
De acordo com um relatório do Zero Carbon Analytics, mesmo perante as tentativas da Casa Branca de Donald Trump de cancelar e atrasar projetos de baixo carbono, o investimento em energias renováveis continua a crescer a nível global.
Segundo as previsões da análise, o investimento total em energia deverá chegar aos 3,3 biliões de dólares este ano. Mais de um bilião ainda será canalizado para combustíveis fósseis, mas o dobro desse valor – cerca de 2,2 biliões – deverá ser destinado a formas de energia de baixo carbono.
O relatório também concluiu que o ritmo de crescimento do investimento em energias renováveis não abrandou de forma significativa. Entre o primeiro semestre de 2023 e o de 2024, o investimento subiu 12%, após um crescimento de 17% no ano anterior.
“Isto mostra que o setor mantém impulso e força subjacente para avançar. Houve uma desaceleração [no ritmo de crescimento], mas está em linha com a média [dos últimos três anos] e sugere que o investimento em energia renovável é mais resiliente do que se poderia esperar”, referiu Joanne Bentley-McKune, analista de investigação do Zero Carbon Analytics.
O financiamento para energia eólica onshore e offshore aumentou cerca de 25% no primeiro semestre, atingindo 126 mil milhões de libras, com a China e a Europa a serem os maiores mercados para projetos de eólica offshore.
Segundo a análise, desde janeiro, foram anunciados pelo menos 470 mil milhões de dólares em futuros financiamentos para energia ‘limpa’, sendo cerca de três quartos destinados a redes elétricas e transmissão de eletricidade.
Apesar da retirada dos Estados Unidos da América (EUA) do Acordo de Paris e da reversão de políticas federais de combate à crise climática, 19 estados norte-americanos mantêm compromissos com o net zero, assim como 304 grandes empresas com sede no país – mais do que as 279 registadas no ano passado. Estas empresas representam quase dois terços das receitas corporativas dos EUA, ou cerca de 12 biliões de dólares em receitas globais.
O relatório alertou, no entanto, que países e empresas precisam de acelerar o ritmo rumo à neutralidade carbónica. Apesar de mais medidas estarem a ser implementadas, ainda existe um grande desfasamento entre ambição e ação.