Transição energética

Líderes mundiais apelam a transição energética justa em declaração conjunta

Líderes mundiais apelam a transição energética justa em declaração conjunta iStock

Uma declaração conjunta assinada por chefes de estado, de governo e líderes de organizações internacionais defende a aceleração de uma transição energética justa, sustentável e inclusiva, com mais investimento em energias ‘limpas’ e apoio reforçado aos países em desenvolvimento.

O texto sublinha que a energia limpa é essencial para garantir crescimento económico, segurança energética e combate às alterações climáticas.

A declaração refere ainda que, só em 2024, o investimento global em energia limpa atingiu um recorde de 2 biliões de dólares, com 2 dólares aplicados em renováveis por cada 1 dólar em combustíveis fósseis, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). No setor elétrico, o investimento em tecnologias limpas superou o dos fósseis numa proporção de dez para um.

“A situação é clara: a transição energética está a acontecer e veio para ficar. Devemos assegurar que seja uma transição justa e equitativa. Essa é a única abordagem que será realmente boa para o planeta, para as pessoas e para a inovação”, lê-se na declaração.

Apesar dos avanços, o documento alerta para a persistência de desigualdades no acesso à energia e no financiamento da transição. Em 2024, apenas 40 mil milhões de dólares dos 2 biliões investidos chegaram a África, onde 550 milhões de pessoas poderão continuar sem acesso moderno à energia em 2030.

Para responder a estes desafios, os líderes mundiais anunciaram a criação do Global Energy Transitions Forum, que reunirá governos, instituições financeiras, empresas e fundações para desbloquear financiamento, reduzir riscos de investimento e acelerar projetos de energia limpa.

“A nossa visão partilhada é de fácil leitura. Vamos desbloquear o financiamento e reduzir o risco dos investimentos, sobretudo nos países em desenvolvimento, baixando custos, atraindo capital e fechando a lacuna de financiamento, em estreita parceria com instituições financeiras internacionais e bancos de desenvolvimento”, afirmaram os líderes mundiais no texto.

Na carta, é também sublinhada a intenção de que será reforçada a colaboração entre iniciativas já existentes, como a Global Clean Power Alliance, a Global Coalition on Energy Planning e a Global Energy Efficiency Alliance, assegurando maior sinergia e coerência na implementação da transição energética global.

Outro dos objetivos do grupo passa ainda por intensificar a produção local e a instalação de energias renováveis e outras formas de energia limpa, com foco nos países em desenvolvimento, que estarão no centro da meta de alcançar 11 TW de capacidade global instalada de energia renovável até 2030.

“Esta é a década decisiva. As escolhas que fizermos hoje determinarão se aproveitaremos esta oportunidade sem precedentes de transformação económica ou se permitiremos que a inércia nos impeça nos próximos anos”, enfatizam os líderes na carta conjunta.

 

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