Transição energética

LNEG lança relatório sobre aceitação social da mineração na transição energética

LNEG lança relatório sobre aceitação social da mineração na transição energética iStock

O Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) apresentou um relatório que analisou a aceitação social da mineração no contexto da transição energética, num momento em que a procura global por lítio e outros minerais críticos aumenta.

O estudo, intitulado “Revisão sistemática sobre a aceitação social da mineração no contexto da transição energética”, avaliou 118 publicações científicas internacionais e revela um aumento médio anual de 7,47% neste campo de investigação, sinalizando a urgência do tema.

A análise destacou que a legitimidade social de um projeto mineiro depende fortemente de cinco fatores: participação comunitária, transparência, justiça procedimental, confiança e gestão de conflitos.

Segundo Elaine Santos, investigadora do LNEG e coautora do relatório, “o que muitas vezes determina a aceitação social de um projeto de mineração é a perceção de justiça no processo. As comunidades precisam de perceber que as suas preocupações com a água ou a paisagem são consideradas antes de uma decisão ser tomada”.

O relatório apontou ainda diferenças regionais na forma como o tema é abordado. Na Europa, prevalecem as questões de governação e transparência, enquanto na América Latina ganham destaque a justiça socioambiental e os conflitos comunitários.

Apesar de a relação entre mineração e transição energética ainda surgir de modo pouco explícito na maioria dos estudos, o LNEG alerta que a procura por minerais essenciais às energias limpas cria desafios sociais à escala global.

Com Portugal a afirmar-se como um dos países-chave no mapa europeu do lítio e de outros minerais críticos, o debate ganha particular relevância, referem as investigadoras. Segundo as mesmas, a aceitação social deve ser entendida como um pilar estratégico da mineração.

“Não é apenas um requisito técnico, mas um processo dinâmico que exige confiança, participação e justiça, e que deve estar no centro das decisões ligadas à transição energética”, sublinharam.

 

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