Entre 2015 e 2023, Portugal reduziu as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 23% no total.
A conclusão é da Plataforma ODSlocal, que atualizou o indicador “Emissão de gases de efeito de estufa (kt CO₂eq)”, passando a integrar os principais GEE provenientes de oito setores: energético, transportes, pecuária, florestal, industrial, resíduos, agrícola e outros.
De acordo com o comunicado de imprensa, mantendo a tendência observada entre 2015 e 2023 até 2030:
• 42% dos municípios poderão alcançar a meta de redução de emissões compatível com o Acordo de Paris (limitar o aquecimento global a 1,5°C);
• 10% apresentam uma evolução muito forte, já tendo cumprido mais de metade do percurso até à meta de 2030;
• 9% mostram uma evolução positiva, embora ainda não tenham atingido metade do esforço necessário;
• 38% exibem uma trajetória negativa, projetando para 2030 níveis de emissões superiores aos de 2015.
Os novos resultados serão divulgados no novo visualizador interativo de emissões, que será lançado durante a Conferência ODSlocal’25 – Horizontes de Inovação: Alcançar os Objetivos, a realizar-se a 21 de novembro no Cadaval. A participação é gratuita, mas requer inscrição.
A divulgação deste novo indicador coincide com a COP30, que decorre em Belém, Brasil, onde os países discutem o balanço global do Acordo de Paris e os compromissos reforçados para limitar o aquecimento global a 1,5 °C.
Neste contexto, os dados da Plataforma ODSlocal mostram que Portugal está a avançar, embora persistam fortes assimetrias territoriais. A nova informação municipal permite identificar onde é necessário acelerar políticas locais, reforçar a mobilidade sustentável, apoiar a transição agrícola e incentivar a eficiência energética e a gestão de resíduos.
As tendências do indicador ODSlocal acompanham o relatório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de agosto de 2025, que confirma a descida das emissões nacionais de CO₂ para 38 366 kt, menos 20% face a 2019. Esta redução resulta sobretudo da descarbonização do setor energético, impulsionada pelo encerramento das centrais a carvão e pelo forte aumento da produção de energia renovável.

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