Transição energética

Portugal regista 3 anos consecutivos de crescimento económico e redução das emissões

Portugal regista 3 anos consecutivos de crescimento económico e redução das emissões iStock

Em 2023, Portugal atingiu um marco histórico na transição para uma economia mais sustentável. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o país registou, pelo terceiro ano consecutivo, uma dissociação entre crescimento económico e emissões poluentes, alcançando o nível mais baixo de intensidade carbónica desde 1995.

Segundo as Contas das Emissões Atmosféricas 1995–2023, o Potencial de Aquecimento Global (GWP) — que mede o impacto dos gases com efeito de estufa (GEE) — diminuiu 8,9% face a 2022, totalizando 52,7 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.

Paralelamente, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,1%, o que resultou numa redução de 11,7% na intensidade carbónica da economia nacional.

O relatório apontou o setor da energia como o principal responsável pela queda nas emissões, beneficiando de um aumento da produção elétrica renovável para 75,8% do total, impulsionado por condições hidrológicas favoráveis e pelo fecho definitivo das centrais a carvão de Sines e Pego.

As reduções mais expressivas registaram-se na indústria (−18,7%) e no setor de energia, água e saneamento (−16,8%). As famílias também contribuíram, com uma descida de 15,6%, resultado de menor consumo de combustíveis fósseis para aquecimento.

Já os transportes (+5,8%), o comércio e restauração (+14,2%) e a construção (+5,3%) viram as suas emissões aumentar, reflexo da retoma económica e turística.

Segundo o INE, desde 1995, Portugal reduziu o seu GWP em 24,4%, o Potencial de Acidificação em 60% e o Potencial de Formação de Ozono Troposférico em 46,4%, enquanto o Valor Acrescentado Bruto (VAB) cresceu 49,5%.

Os dados revelam que o dióxido de carbono (CO₂) continua a ser o principal gás emitido, representando 70,4% do total, mas o seu peso tem diminuído com o reforço das energias limpas. O metano (CH₄) e o óxido nitroso (N₂O), sobretudo provenientes da agricultura, representaram 19,3% e 6,4%, respetivamente.

O INE destacou ainda que, entre 2017 e 2023, a intensidade carbónica da economia portuguesa caiu 36,6%, impulsionada pela modernização industrial, pela eletrificação dos transportes e pela melhoria da eficiência energética dos edifícios.

Em 2023, Portugal emitiu 0,18 kg de CO₂ por euro de VAB, valor inferior à média da União Europeia (0,23 kg). Desde 2014, o país reduziu este indicador em 39,5%, contra uma diminuição média de 22,4% na UE27.

Os setores de serviços e finanças são os mais eficientes, gerando mais valor com menos emissões. As atividades financeiras e imobiliárias, por exemplo, produzem 503 euros de VAB por cada quilograma de CO₂ equivalente, contrastando com os 0,5 euros/kg registados na energia e 0,7 euros/kg na agricultura

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever