O Boletim de Eletricidade Renovável da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) indicou que, entre 1 e 30 de setembro, 67,8% da eletricidade produzida em Portugal Continental teve origem em fontes renováveis, o que representa 2 476 GWh de um total de 3 654 GWh gerados nesse período.
De acordo com o comunicado de imprensa, em comparação com o mesmo mês de 2024, verificou-se um aumento de 21,0% na produção elétrica nacional, impulsionado principalmente pela geração solar, que cresceu 152 GWh. Durante setembro, as importações representaram 26,3% do consumo elétrico em Portugal Continental, sem ocorrência de qualquer deslastre de produção.
A nota de imprensa também referiu que, entre janeiro e setembro, Portugal manteve uma das mais altas quotas de eletricidade renovável da Europa (76,0%), ocupando a quarta posição no ranking europeu, apenas atrás da Noruega (97,7%), Dinamarca (88,3%) e Áustria (83%).
Entre janeiro e setembro, o preço médio horário no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) situou-se em 64,0 €/MWh, e em 1 261 horas não consecutivas a produção renovável foi suficiente para satisfazer integralmente o consumo nacional. No mesmo período, o contributo das energias renováveis representou uma poupança acumulada de 5 874 milhões de euros, equivalente a uma média de 155 €/MWh, resultante da produção em regime especial (PRE).
A APREN avançou ainda que a produção renovável permitiu evitar a importação de mais de 60 milhões de euros em gás natural e cerca de 30 milhões de euros em eletricidade.
Para a Associação, os dados deste mês revelaram que as renováveis “continuam a ser o principal motor da competitividade e da independência energética de Portugal”. No entanto, a manutenção da CESE e de outros encargos fiscais sobre o setor constitui um contrassenso face aos objetivos de descarbonização e às diretrizes europeias em matéria de transição energética.
“É necessário um quadro fiscal e regulatório que dê estabilidade e confiança aos investidores, para que Portugal possa acelerar a transição energética e garantir energia mais barata para famílias e empresas”, sublinhou a APREN.
Segundo a Associação Portuguesa de Energias Renováveis, o setor das energias renováveis contribui, “de forma significativa”, para as finanças públicas e para os municípios, através de vários mecanismos, nomeadamente o financiamento da tarifa social e a entrega de 2,5% da faturação anual dos parques eólicos às autarquias.
O comunicado refere ainda que, desde 2015, a capacidade instalada de produção de energia renovável em Portugal cresceu 9 141 MW, o que corresponde a um aumento de 74,4%.
Entre dezembro de 2024 e agosto de 2025, o acréscimo foi de 647 MW, impulsionado sobretudo pela energia solar fotovoltaica, com +334 MW na componente centralizada e +309 MW na descentralizada. No final de agosto, as fontes renováveis representavam 78,6% da capacidade total instalada no país.