Transição energética

UE apresenta nova estratégia para reforçar liderança mundial em clima e energia

UE apresenta nova estratégia para reforçar liderança mundial em clima e energia iStock

A Comissão Europeia e a Alta Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança apresentaram uma nova estratégia internacional sobre clima e energia, que visa consolidar a posição da Europa nos mercados mundiais e fortalecer o seu papel como líder da transição energética ‘limpa’.

De acordo com a comunicação, a iniciativa, que acrescenta uma dimensão externa ao Pacto da Indústria Limpa, define uma visão global centrada em três eixos: diplomacia climática ativa, promoção de normas para uma transição justa e reforço da segurança energética.

O objetivo passa por transformar a UE na principal fornecedora mundial de tecnologias limpas e apoiar países parceiros no desenvolvimento das suas próprias capacidades industriais sustentáveis.

A comunicação também enfatiza que, atualmente, quase 50% da eletricidade europeia já é gerada a partir de fontes renováveis, um marco que reforça a independência energética e a resiliência da União. Desde 2015, os investimentos em energias limpas cresceram 111%, refletindo o esforço europeu para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e aumentar a capacidade de fabrico de tecnologias limpas para 15% do mercado global.

Segundo a Comissão Europeia, a nova visão reafirma o compromisso da UE com uma ordem internacional baseada em regras, com a implementação do Acordo de Paris e a cooperação aberta e fiável com parceiros globais.

Assim, a UE continuará a apostar em parcerias bilaterais e alianças multilaterais, desde acordos de comércio livre até parcerias para transições energéticas justas e alianças verdes.

Entre as medidas estratégicas, destacam-se:

  • Reforçar o impulso político internacional, incentivando fóruns multilaterais e bilaterais para acelerar o cumprimento dos compromissos climáticos.
  • Impulsionar as empresas europeias de tecnologias limpas, através de fóruns empresariais e da criação de um Conselho Empresarial para uma Transição Limpa.
  • Apoiar o investimento europeu globalmente, utilizando a Plataforma de Investimento Global Gateway para desenvolver projetos conjuntos fora da UE.
  • Alargar parcerias para cadeias de valor limpas e resilientes, com base em acordos de comércio e investimento sustentáveis.
  • Reformar as instituições financeiras internacionais para apoiar uma transição energética justa e resiliente.

A par disso, a UE avançou ainda que continuará a integrar as questões de clima e segurança na sua política externa, em articulação com as Nações Unidas e a NATO, e a combater a desinformação climática.

De recordar que, em fevereiro de 2025, a Comissão Europeia apresentou o Pacto da Indústria Limpa, um plano destinado a reforçar a competitividade e acelerar a descarbonização da União Europeia. O pacto dá prioridade às indústrias com elevado consumo energético, que enfrentam a necessidade urgente de reduzir emissões, adotar energias limpas e superar desafios relacionados com custos elevados, concorrência global desleal e excesso de complexidade regulamentar.

“O aprovisionamento energético está a ser utilizado como arma, enquanto o nosso clima muda rapidamente. A energia é um recurso e uma capacidade estratégica. Hoje, definimos onde a União Europeia concentrará a sua diplomacia climática e energética — desde a promoção das empresas europeias de tecnologias limpas até ao reforço do investimento em projetos em todo o mundo que apoiem uma transição sustentável”, sublinhou Kaja Kallas, Alta Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e Vice-Presidente da Comissão Europeia.

E continua: “a nossa mensagem é simples: queremos garantir o aprovisionamento energético do nosso continente e trabalhar com os nossos parceiros por um futuro mutuamente benéfico, alimentado por energias limpas e assente na resiliência às alterações climáticas”.

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