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Fundação Oceano Azul quer impulsionar “ponto de viragem” na Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos

Fundação Oceano Azul quer impulsionar “ponto de viragem” na Conferência das Nações Unidas sobre os OceanosLeixões e Viana do Castelo, um evento dedicado à economia azul, digitalização e energias renováveis oceânicas. iStock

A Fundação Oceano Azul vai levar à 3.ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), que começa no dia 9 de junho, em Nice, França, quatro prioridades para transformar o evento num “ponto de viragem na governação internacional do oceano”.

De acordo com o comunicado de imprensa, a Fundação Oceano Azul acredita que as principais prioridades em discussão durante a conferência devem passar por:

Acelerar o objetivo 30×30 – Proteger 30% do oceano até 2030: Faltam cinco anos para 2030, data que mais de 180 países acordaram na Convenção de Kunming-Montreal para proteger os oceanos. Neste sentido, a Fundação Oceano Azul defende ser urgente acelerar os esforços para cumprir esta meta, enfatizando que a UNOC3 pode ajudar ao promover compromissos políticos fortes, financiamento e parcerias que protejam a biodiversidade e os oceanos. Para isso, a Fundação sublinha que os países têm de ser comprometer a criar, ampliar e gerir Áreas Marinhas Protegidas, com base na ciência e de forma rápida e eficaz.

– Aumentar o grupo de países a favor de uma moratória ou pausa precaucionária na mineração em mar profundo: A mineração no mar profundo é uma grande ameaça para os ecossistemas marinhos. Assim, na UNOC3, a Fundação Oceano Azul pretende pedir que não se avance sem antes haver conhecimento científico sólido, uma vez que os impactos ambientais podem ser graves e irreversíveis, as tecnologias ainda são incertas e os benefícios para as pessoas não estão claros. Até agora, 33 países já pediram uma pausa, moratória ou proibição da mineração em mar profundo, com a Fundação a sublinhar ser importante que, durante o evento, mais países se juntem a este pedido.

– Garantir que 60 países ratificam o Tratado do Alto-Mar: De acordo com a Fundação Oceano Azul, esta trata-se de uma das principais prioridades da UNOC3, pois as 60 ratificações são o mínimo necessário para que este tratado comece a ser implementado.

– Promover a concretização do Pacto Europeu para o Oceano: A Instituição refere que, em menos de um ano, o Pacto Europeu para o Oceano passou de um projeto a realidade, avançando que será oficialmente apresentado pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, durante a UNOC3.

“Este pacto deve ser a base de uma agenda de ação para o oceano renovada e reforçada. A União Europeia é uma união oceânica sem uma política para o oceano. Com a sua força coletiva, a Europa pode restaurar a saúde dos oceanos e liderar uma economia azul regenerativa. É tempo de uma Governança Oceânica Integrada, de uma Diplomacia Global para o oceano e de apostar na Ciência e em mecanismos de financiamento azuis”, lê-se na nota de imprensa.

– Adotar medidas concretas para integrar o nexo oceano, clima e biodiversidade: De acordo com a comunicação da Instituição, o oceano continua fora dos principais acordos globais sobre clima e biodiversidade, apesar da sua relevância na luta contra as alterações climáticas e a perda de biodiversidade. Assim, a Fundação defende que a UNOC3 deve integrar esta ligação nos Acordos de Nice para o Oceano e definir as mensagens a passar na COP30 deste ano e na COP17 da biodiversidade no próximo ano, de forma a garantir esse alinhamento.

Segundo a comunicação, a Fundação Oceano Azul “está a concentrar todos os esforços para tornar estas visões uma realidade” ao organizar inúmeros eventos no âmbito da conferência e por toda a cidade de Nice.

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