iStock O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) lançou um projeto em Portugal que estabelece, pela primeira vez, um sistema integrado e contínuo de monitorização da biodiversidade no Parque Natural de Montesinho, avaliando de forma conjunta espécies, habitats, ecossistemas, paisagens e fatores ambientais e socioeconómicos.
Lançado em junho de 2025 e implementado no território do Parque Natural de Montesinho, o comunicado de imprensa explica que o Sistema Integrado de Monitorização da Biodiversidade do Parque Natural de Montesinho (SIMB-PNM) permitirá aos gestores compreender de forma integrada as relações entre biodiversidade, ambiente e sociedade, reforçando a conservação de uma área de montanha com elevada relevância a nível nacional e internacional.
O SIMB-PNM visa criar um sistema de monitorização eficiente e sustentável no Parque Natural de Montesinho, integrando dados de biodiversidade com informação sobre clima, recursos hídricos, atmosfera e dinâmicas socioeconómicas.
O projeto, realizado em parceria com as câmaras municipais de Bragança e de Vinhais, é financiado pelo programa NORTE2030 e representa um investimento global de cerca de 500 mil euros. A iniciativa integra o Quadro de Investimentos Prioritários definido pela Comissão de Cogestão do Parque Natural de Montesinho para este programa de financiamento, que agrega dez candidaturas correspondentes a um investimento total de 5 milhões de euros.
Isabel Ferreira, enquanto presidente da Câmara Municipal de Bragança e da Comissão de Cogestão do Parque Natural de Montesinho, sublinha que o SIMB-PNM é um dos projetos que será implementado operacionalmente ao longo dos próximos dois anos.
Segundo a responsável, trata-se de “um projeto essencial para o desenvolvimento sustentável, e para a promoção da educação, conservação e valorização do património natural da área protegida”. Além disso, “o sistema permitirá “monitorizar e preservar a biodiversidade e os valores naturais do PNM, bem como obter métricas importantes para a tomada de decisão e obter outro conhecimento inexistente e estratégico para o futuro e coesão do Parque”, enfatiza.
De acordo com a nota de imprensa, a intervenção organiza-se em quatro eixos fundamentais: a monitorização da biodiversidade, abrangendo espécies, habitats, ecossistemas e paisagens; a monitorização do clima, da água e da atmosfera; a avaliação das dinâmicas socioeconómicas; e o desenvolvimento de uma infraestrutura de dados que assegure a recolha, transmissão, processamento, análise e visualização da informação.
O sistema irá recorrer a sensores distribuídos pelo território do Parque Natural de Montesinho e a uma plataforma digital integrada, assegurando a recolha automática e contínua de dados. Uma parte da informação será disponibilizada ao público através de uma página na Internet, promovendo a partilha de conhecimento e o envolvimento da comunidade.
Com conclusão prevista para maio de 2027, o projeto irá contribuir para a conservação e valorização do património natural do Parque Natural de Montesinho, reforçando o conhecimento sobre a relevância dos serviços de ecossistema para o desenvolvimento sustentável a nível local, regional e internacional. O SIMB-PNM criará ainda oportunidades futuras para iniciativas de bioeconomia assentes no conhecimento produzido.
