Capital Natural

UE reconhece algas como recurso-chave para as transições verde e azul

UE reconhece algas como recurso-chave para as transições verde e azul iStock

Os Estados-Membros da União Europeia (UE) tomaram uma decisão conjunta que reconhece oficialmente as algas como recurso-chave para as transições verde e azul.

Segundo a PROALGA, esta definição política pode tornar-se uma “oportunidade única” para Portugal, que pode vir a assumir a liderança europeia se forem adotadas medidas concretas de valorização da produção nacional.

A decisão europeia, anunciada no EU Algae Awareness Summit, vem reforçar o enquadramento político para o crescimento do setor no espaço europeu, reconhecendo o potencial das algas para a sustentabilidade alimentar, a biotecnologia, a cosmética, a agricultura regenerativa e a descarbonização.

Direitos Reservados // Algaplus ©Afonso Ré Lau

“Portugal tem todos os ingredientes para se tornar líder europeu na produção de algas: conhecimento especializado, empresas de referência e condições naturais excecionais. O passo seguinte é garantir que a produção nacional seja protegida e valorizada, permitindo competir de forma justa nos mercados europeu e internacional”, enfatizou Federico Velge, Presidente da PROALGA.

Segundo o comunicado de imprensa da Associação Portuguesa dos Produtores de Alga, apesar da capacidade instalada e da procura crescente, dentro e fora do país, o setor nacional enfrenta desafios relevantes: a entrada de biomassa de países extra-UE a preços inferiores aos europeus e a falta de uma distinção clara de origem na rotulagem, que impede consumidores e distribuição de reconhecer e valorizar a produção nacional.

Neste sentido, a PROALGA apontou três prioridades para a resposta portuguesa à decisão europeia:

  1. Tornar obrigatória a rotulagem de origem, distinguindo produção UE de produção extra-UE;
  2. Criar mecanismos que garantam equilíbrio competitivo, incluindo a avaliação de quotas ou limites de importação;
  3. Assegurar processos de licenciamento mais simples e previsíveis, acompanhados de um enquadramento operacional claro.

“Este reconhecimento europeu não pode passar despercebido; é um sinal político inequívoco. O próximo passo é que Portugal atue, garantindo que o potencial do setor se transforme em emprego, inovação e valor económico para o país”, acrescentou Federico Velge.

De acordo com a nota de imprensa, a PROALGA defende que o reconhecimento político europeu tem de ser rapidamente convertido em medidas concretas a nível nacional.

“O setor das algas não pode continuar a competir em desvantagem, e Portugal não pode desperdiçar a oportunidade de se afirmar a nível europeu”, lê-se na comunicação.

 

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