Circularidade

Garrafas e frascos de vidro em Portugal já incorporam mais de 50% de material reciclado

Garrafas e frascos de vidro em Portugal já incorporam mais de 50% de material reciclado iStock

A Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE) avançou que, em Portugal, as garrafas e frascos de vidro já são produzidos com mais de 50% de vidro reciclado.

Segundo os dados mais recentes do Eurostat (2023), citados pela AIVE, Portugal recicla atualmente apenas 56% das embalagens de vidro colocadas no mercado, abaixo da meta europeia de 75% definida para 2030, reforçando que o problema não está na capacidade da indústria para produzir novas embalagens com vidro reciclado, mas sim na fraca deposição e recolha de vidro usado nos vidrões em território nacional.

É neste sentido que a Associação reforça a necessidade urgente de intensificar a separação e recolha de vidro para reciclagem, envolvendo tanto o setor doméstico como o canal HORECA, e considera este compromisso um verdadeiro imperativo ambiental e nacional.

A comunicação sublinha ainda que o desperdício de embalagens de vidro significa não apenas uma perda económica para o país, mas também um impacto negativo evitável sobre os recursos naturais.

O apelo da AIVE foi feito no âmbito do Dia Nacional da Sustentabilidade, assinalado a 25 de setembro, e visa realçar o contributo da indústria do vidro de embalagem para um futuro mais sustentável e para a descarbonização, sublinhando a urgência de mobilizar toda a sociedade e a cadeia de valor do vidro para a reciclagem das embalagens após a sua utilização.

A Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem afirmou ainda que, apesar dos avanços significativos alcançados nos últimos 30 anos na transição energética — com reduções superiores a 50% nas emissões de CO₂, 80% no consumo de água e 30% no consumo de energia — Portugal ainda tem “um longo caminho a percorrer”.

Neste sentido, a associação defende que a próxima etapa da transição energética exige substituir o gás natural por energia de fontes renováveis e aumentar a incorporação de vidro usado (casco) no processo de produção de novas embalagens.

“É urgente que a sociedade e o canal HORECA respondam a este desafio coletivo, assumindo a reciclagem como um dever fundamental para garantir a sustentabilidade das gerações futuras. Cada garrafa não reciclada é uma oportunidade perdida de reduzir emissões, poupar energia e proteger o ambiente”, referiu Tiago Moreira da Silva, presidente da AIVE.

O comunicado de imprensa explica também que o destino de cada embalagem após a utilização é crucial para assegurar a circularidade dos materiais. Esta responsabilidade envolve toda a cadeia de valor, mas começa no consumidor, cuja colaboração na separação e deposição das embalagens de vidro no vidrão ou ecoponto verde é indispensável.

A Associação reitera que cada embalagem de vidro é totalmente e infinitamente reciclável, mantendo todas as suas propriedades num ciclo fechado. Utilizar vidro reciclado na produção de novas embalagens permite reduzir o consumo de matérias-primas virgens, diminuir o gasto energético do processo industrial, cortar emissões de CO₂ e evitar que embalagens usadas acabem em aterro.

 

 

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