O município de Fornos de Algodres, na Beira Interior, iniciou em outubro o projeto “Muxagata Aldeia Sustentável”, na freguesia da Muxagata. A iniciativa vai recolher porta-a-porta biorresíduos para tratamento numa ilha de compostagem comunitária.
Segundo explicado em comunicado, o projeto resulta da combinação de recolha de proximidade com promoção da compostagem comunitária, alterando o modelo de recolha dos resíduos urbanos que se realizava de forma convencional, isto é, com poucos ecopontos e com a omnipresença de contentores de resíduos indiferenciado na via pública.
A implementação deste novo sistema fundamenta-se na recolha porta-a-porta dos recicláveis – vidro, papel e cartão, plástico/metais – mediante a utilização de sacos facilmente identificáveis com as cores verde, azul e amarelo, respetivamente, e dos biorresíduos (restos de comida das nossas cozinhas e dos jardins), mediante contentor de 5 litros.
O pequeno contentor de biorresíduos ficou identificado com uma referência numérica que identifica o produtor dos resíduos, permitindo posteriormente bonificar aqueles que separam adequadamente os biorresíduos.
A recolha é assegurada por uma equipa municipal, com o apoio da Junta de Freguesia, e ocorre três vezes por semana (segundas, quartas e sextas).
Numa segunda fase, os contentores do indiferenciado, disponíveis na rua, serão substituídos por outros mais pequenos por forma a sinalizar junto dos cidadãos que o objetivo é a separação.
Aliado a isto, já está a funcionar uma unidade de compostagem comunitária instalada na freguesia que permitirá tratar a totalidade dos biorresíduos separados pela população.
O correto funcionamento da unidade será assegurado por técnicos e assistentes operacionais do Município e da Junta de Freguesia, sendo que esta equipa que ficará responsável gerir e monitorizar todas fases do processo de compostagem até se obter o composto, por forma a que o mesmo possa ser disponibilizado à população para utilização em jardins e hortas, ou possa ser encaminhado para a gestão dos espaços verdes municipais.
Até ao momento não havia qualquer recolha de biorresíduos e estes eram recolhidos, misturados nos resíduos indiferenciados, e transportados até às instalações da Resiestrela.

A associação ambientalista Zero, que acompanha o projeto, estima que:
- Até 25 toneladas de resíduos orgânicos produzidos na Muxagata deixarão de ser transportadas a 100 km de distância, reduzindo substancialmente o consumo de combustível dos camiões e as emissões de CO2 e outros poluentes para a atmosfera;
- Será incrementada a recolha dos outros resíduos recicláveis, nomeadamente as embalagens de vidro, papel e cartão, plástico/metais em resultado de ter gerado maior proximidade e acessibilidade ao sistema;
- Os restantes resíduos sujeitos a triagem nas instalações da Resiestrela terão um teor mais baixo de impróprios, melhorando o desempenho global do processo de reciclagem multimaterial e aumentando o valor comercial dos materiais separados, com a vantagem adicional de que haverá menor a deposição em aterro.
O projeto foi financiado pela GAIA (Global Alliance for Incinerator Alternatives) e é supervisionado pela Zero Waste Europe.







