De acordo com aquele estudo, a faturação com transporte de passageiros cresceu 10% para cerca de 500 mil milhões de 377 mil milhões de euros em 2011. O aumento foi devido, por um lado, ao crescimento do tráfego aéreo (6%) e, por outro, ao aumento nos preços (4%). A rentabilidade do setor operacional, entretanto, foi fortemente atingida por “elevadas contas de combustível” (aumento de 40% no custo médio anual de combustível). “O aumento de um dólar no preço do barril significa um aumento de mil milhões de dólares nos custos operacionais do setor”, refere Berta Dias da Cunha, administradora da Cosec. “No entanto, o impacto dos custos elevados de combustível nas companhias aéreas varia de acordo com o país. Por exemplo, a tradicional U.S. Airlines, cuja margem média sofreu uma redução para metade em 2011 para os 0,6%,conseguiu compensar a subida dos preços dos combustíveis aumentando 8,4% os seus preços”.
Na Europa, a margem média do segmento de companhias aéreas tradicionais (excluindo as companhias de baixo custo) foi dividida em três em 2011, para apenas 0,3%, apesar do crescimento de 8,1% no tráfego durante o ano. A concorrência feroz das companhias do Médio Oriente impediu também as companhias aéreas europeias de alterar substancialmente a sua estratégia de preços que registraram assim uma subida de apenas 1,9% no período.
No rasto da quebra mundial no setor, o crescimento do mercado de transporte aéreo deverá diminuir em 25% em 2012. De acordo com Ludovic Subran, chief economist da Euler Hermes, “com o crescimento do tráfego aéreo de apenas 3% e sem aumento nos preços dos bilhetes, haverá naturalmente um impacto nos balanços das companhias aéreas”.
“Algumas empresas europeias vão fazer aterragens forçadas em 2012, quando reportarem perdas. Essas dificuldades vão provocar uma reestruturação ainda mais forte do que estava já previsto para o segundo semestre de 2012”, acrescentou.