Transição energética

Primeiro-ministro espanhol defende pacto climático e cooperação com Portugal e França

Primeiro-ministro espanhol defende pacto climático e cooperação com Portugal e França Direitos Reservados // Governo de Espanha

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, defendeu um “pacto de Estado face à emergência climática” na sequência dos incêndios deste verão e anunciou que irá propor a Portugal e França um esforço conjunto nesse sentido.

“O Governo de Espanha não se vai deter apenas nas nossas fronteiras para desenhar este pacto de Estado face à emergência climática. Os incêndios que sofremos este ano também os sofreu Portugal e, portanto, vamos propor ao Governo português e ao Governo francês que possamos trabalhar conjuntamente nesse pacto de Estado face à emergência climática”, referiu Pedro Sánchez, citado no Jornal de Negócios.

O primeiro-ministro espanhol acrescentou que irá transmitir à Comissão Europeia, a necessidade de “fazer de tudo menos marcha-atrás na transição ecológica”, criticando os discursos negacionistas sobre as alterações climáticas, aponta o Negócios.

As declarações foram feitas num discurso em Madrid num evento do Governo para apresentar o lançamento do pacto de Estado que propõe, tendo também apontado as alterações climáticas como um dos fatores que explicam a dimensão e a intensidade dos incêndios deste verão, os mais graves de que há registo em Espanha.

O primeiro-ministro destacou ainda outras causas para os incêndios, como uma gestão do território “não adequada”, com áreas florestais “carregadas de biomassa”, ausência de corta-fogos e escassez de espécies autóctones ou resistentes ao fogo.

Citado no Jornal de Negócios, Sánchez apontou também “uma política de prevenção claramente insuficiente”, exemplificando com a ausência de planos específicos e com o número reduzido de bombeiros e sapadores florestais, lembrando que estas competências pertencem aos governos regionais.

O primeiro-ministro revelou que o Conselho de Ministros de Espanha vai aprovar a constituição de uma comissão interministerial já esta terça-feira para ser definido um “plano de ação” para o pacto contra as alterações climáticas, que prevê dez compromissos, incluindo o reforço dos meios de combate a incêndios e a sua mobilização ao longo de todo o ano.

Pedro Sánchez adiantou ainda que o documento incluirá outros compromissos, como a criação de um fundo permanente para recuperar áreas afetadas por catástrofes como os incêndios, a constituição de uma agência estatal de proteção civil (atualmente limitada a uma direção-geral do Ministério da Administração Interna), o desenvolvimento de uma estratégia nacional de resiliência hídrica, a construção de uma rede de refúgios climáticos em todo o território, a adaptação da legislação às temperaturas extremas, o reforço do mundo rural e a promoção de “uma cultura cívica” de prevenção.

Em 2025, os incêndios em Espanha provocaram quatro mortes e devastaram cerca de 400 mil hectares, um recorde anual no país, segundo dados ainda provisórios do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que dispõe de registos comparáveis desde 2006.

 

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