Descarbonização

Guimarães inicia plano municipal para responder às alterações climáticas

Guimarães inicia plano municipal para responder às alterações climáticas iStock

Guimarães arrancou com o Plano Municipal de Ação Climática (PMAC) que visa transformar a cidade num território mais resiliente e climaticamente neutro até 2030, refere o município no seu site.

O plano entrou em vigor no passado dia 26 de fevereiro, após aprovação em Assembleia Municipal, e contém um conjunto abrangente de medidas e ações de mitigação e adaptação.

Para prevenir, combater e reverter estas alterações, no eixo da mitigação, o PMAC conta com 14 medidas, que se desdobram em 70 ações para seis setores: edifícios residenciais; edifícios de serviços; iluminação pública; transportes; resíduos; e indústria e produção de energia.

A equipa responsável pela iniciativa estima que a aplicação destas medidas permita uma redução no uso de energia final superior a 650.000 MWh/ano, bem como uma redução de GEE equivalente a mais de 550.000 toneladas de dióxido de carbono por ano.

Entre as medidas de mitigação dá-se destaque à reabilitação de edifícios, para redução das necessidades de aquecimento, arrefecimento e água quente sanitária; redução do consumo energético na iluminação e nos eletrodomésticos; produção local de eletricidade, através do autoconsumo e de Comunidades de Energia Renovável (CER) no setor residencial; redução do consumo de eletricidade para iluminação das vias públicas; transferência modal de passageiros, promovendo a substituição de deslocações de automóvel por autocarro, comboio e modos suaves, e descarbonização da frota municipal.

Além destas ações, o município pretende também avançar com a conversão de veículos a combustão para elétricos; medidas integradas de redução de resíduos e a sua valorização; redução das necessidades energéticas na indústria e conversão de caldeiras a combustíveis fósseis; produção local de eletricidade por fontes renováveis e, por fim, substituição de fontes de energia por biomassa, biometano, hidrogénio verde, solar térmico, entre outras.

Relativamente ao campo da adaptação, o documento conta com 21 medidas e 54 ações, que serão aplicadas a 10 setores: educação e sensibilização ambiental; biodiversidade; recursos hídricos; ordenamento do território e cidades; agricultura; florestas; edifícios; saúde; segurança de pessoas e bens, e inovação e cidades inteligentes.

O PMAC dá também destaque a áreas de intervenção prioritária em unidades territoriais com vulnerabilidade a eventos e a fenómenos climáticos extremos.

As projeções climáticas para Guimarães, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), indicam uma elevada probabilidade de alterações significativas no clima local, nomeadamente uma “redução notável” na precipitação total anual e o aumento das temperaturas, especialmente nas máximas durante o verão e outono – cenário que sugere verões progressivamente mais quentes, secos e prolongados. Os dados projetam ainda o aumento da frequência e intensidade das ondas de calor e uma maior ocorrência de eventos de precipitação intensa ou muito intensa.

O PMAC surge no seguimento de uma estratégia já iniciada pelo município em 2013 e, de acordo com o mesmo, atingir a neutralidade carbónica até 2030 é “uma ambiciosa meta”, mas que coloca a cidade “à frente dos objetivos nacionais de neutralidade carbónica”.

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