Transição energética

Portugal pode liderar produção de HVO com base em eólica offshore, diz o LNEG

Portugal pode liderar produção de HVO com base em eólica offshore, diz o LNEG iStock

Um estudo do LNEG concluiu que a produção de HVO (óleos vegetais hidrotratados) a partir de energia eólica offshore é a opção Power-to-X (ou P2X) mais competitiva para Portugal, com custos entre 63 e 110 €/MWh. O relatório apontou ainda que a amónia verde poderá alcançar competitividade internacional, enquanto o metanol, SAF e hidrogénio liquefeito apresentam custos mais elevados.

O novo relatório, intitulado “Portugal Offshore Wind, Green Hydrogen, and Sustainable Fuels: Power-to-X Pathways”, analisou várias estratégias para converter a eletricidade gerada por parques eólicos offshore flutuantes em hidrogénio verde e combustíveis de baixo carbono até 2035.

O relatório, que se baseia apenas em custos tecnológicos, sem incluir impostos ou margens de lucro, analisou diferentes alternativas no âmbito do conceito Power-to-X (P2X), que consiste na conversão de eletricidade proveniente de fontes renováveis em produtos como hidrogénio verde e outros combustíveis sustentáveis.

São estudadas várias estratégias P2X — power-to-hidrogénio, power-to-HVO, power-to-metanol, power-to-amónia e power-to-SAF —, todas dependentes da utilização de hidrogénio como elemento base.

“O custo de produção do hidrogénio é fundamental para a viabilidade dos outros combustíveis. E este custo depende de fatores como custos de investimento e custos operacionais, em especial o custo da eletricidade para a produção de hidrogénio verde”, referiu Sofia Simões, coordenadora da unidade de economia de recursos e investigadora do LNEG.

E continua: “é muito importante o número de horas em que as unidades de eletrólise podem operar à máxima capacidade ao longo do ano usando apenas eletricidade de eólica offshore. Enquanto os custos de investimento não variam substancialmente de país para país, as horas de funcionamento de uma turbina eólica offshore no mar de Portugal são diferentes dos da Alemanha ou Dinamarca. E podem tornar-nos mais competitivos”.

O relatório destacou também a necessidade de acelerar a implementação do modelo P2X em Portugal, através do apoio ao desenvolvimento tecnológico e da industrialização nacional em toda a cadeia de valor associada.

“A cadeia de valor nacional para o hidrogénio e combustíveis sustentáveis está em crescimento, com pelo menos 130 empresas identificadas neste setor, além de 140 empresas ligadas à energia eólica offshore”, referiu a investigadora

O estudo considerou as metas do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC 2030) e do Plano de Afetação para as Energias Renováveis Offshore (PAER), que prevê a instalação de 2 GW de capacidade eólica offshore até 2030. O relatório foi apresentado no passado dia 10 de novembro, coincidindo com o arranque da COP30, a Cimeira do Clima das Nações Unidas.

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