O projeto português NEXTGEN CAM foi selecionado para receber parte dos 2,9 mil milhões de euros anunciados pela Comissão Europeia e que serão destinados a 61 projetos inovadores de tecnologia de impacto zero.
O NEXTGEN CAM irá construir uma planta industrial em Portugal para produzir material catódico ativo de Lítio, Níquel e Manganês (LNMO), essencial para as baterias de lítio.
O financiamento provém do Fundo de Inovação, que utiliza as receitas do Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da UE (CELE).
De acordo com a comunicação, os projetos selecionados abrangem 19 setores industriais e 18 países, com diferentes escalas, “refletindo a ambição da UE de descarbonizar através de uma vasta gama de tecnologias e aplicações”.
A prioridade está nas indústrias intensivas em energia, nas energias renováveis e no armazenamento de energia, na mobilidade e nos edifícios de emissões líquidas nulas, no fabrico de tecnologias limpas e na gestão industrial do carbono.
A comunicação também enalteceu que os 61 projetos selecionados têm o potencial de reduzir significativamente as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), evitando cerca de 221 milhões de toneladas de CO2 equivalente durante a sua primeira década de operação.
Este valor é equivalente às emissões anuais de 9,9 milhões de automóveis europeus médios, frisa a Comissão, avançando que essa redução contribuirá diretamente para o objetivo da UE de alcançar a neutralidade climática até 2050.
Os promotores dos 61 projetos selecionados foram convidados a iniciar a fase de preparação da convenção de subvenção com a Agência de Execução Europeia do Clima, das Infraestruturas e do Ambiente (CINEA). Nesta fase, a Comissão e os promotores irão finalizar o contrato de financiamento, definindo o orçamento, o calendário, os resultados técnicos e as responsabilidades jurídicas. O resultado deste processo será confirmado no primeiro semestre de 2026.
“A seleção de hoje mostrou que a Europa está a transformar as suas ambições climáticas em realidade industrial. A resposta a este apelo demonstra a força dos nossos inovadores e a determinação das nossas empresas em liderar a corrida global por tecnologias de impacto zero. Ao investir em soluções nacionais, estamos a reforçar a resiliência energética, a criar empregos de qualidade e a garantir que a Europa continue a ser competitiva na economia do futuro”, referiu Wopke Hoekstra, Comissário para o Clima e Neutralidade Carbónica.

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